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Estados Unidos

Casa Branca contra-ataca sobre idade de Biden

Resposta contraria relatório publicado por um procurador especial, que destacou a idade avançada e a "memória ruim" do presidente dos Estados Unidos

Joe Biden, presidente dos Estados UnidosJoe Biden, presidente dos Estados Unidos - Foto: Mandel Ngan/AFP

Comentários "inapropriados" que escondem "motivações políticas". Esta foi a conclusão da Casa Branca sobre o relatório publicado por um procurador especial, que destacou a idade avançada e a "memória ruim" do presidente Joe Biden.

A vice-presidente Kamala Harris liderou o contra-ataque nesta sexta-feira (9), horas depois de Biden responder, irritado, dizendo que "sua memória está boa". O problema é que, ao responder aos jornalistas, ele cometeu um deslize, ao chamar o presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sisi, de presidente do México.

A investigação do procurador especial Robert Hur descartou acusações criminais contra Biden pela retenção de documentos confidenciais, mas descreveu o presidente democrata como um "idoso bem-intencionado e com memória ruim".

"A maneira como o comportamento do presidente foi caracterizado nesse relatório não poderia estar mais equivocada quanto aos fatos e estava claramente motivada politicamente", disse Harris, que elevou o tom e questionou as motivações do procurador especial.
 

Em um pronunciamento nesta sexta-feira para a Associação Nacional do Rifle (NRA), o ex-presidente Donald Trump opinou sobre a saúde mental de Biden. "Eu me pergunto se ele se dá conta que está vivo", disse o ex-presidente de 77 anos.

Hur foi nomeado por Trump como promotor federal para o distrito de Maryland em 2017, antes de ser indicado pelo secretário de Justiça de Biden, Merrick Garland, como procurador especial para o caso dos documentos.

Para o senador democrata John Fetterman, está claro que Hur tinha intenções como alguém "designado por Trump". "Foi apenas difamação e um golpe baixo", afirmou.

A idade avançada de Biden, 81 anos, tornou-se um tema central da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de novembro, muito contra a sua vontade, e deslocou o foco para Kamala Harris, que o sucederia no cargo se ele renunciasse ou ficasse incapacitado.

Nas pesquisas, tanto Biden quanto Harris têm baixos índices de aprovação nesta campanha para mais quatro anos na Casa Branca, que, possivelmente, disputarão nas urnas com Trump.

'Inapropriados'
A Casa Branca também protestou nesta sexta-feira, por meio de Ian Sams, porta-voz do escritório do conselheiro jurídico. Ele não chegou a dizer que Hur tomou partido, mas sugeriu que o procurador especial estava sob pressão para "ir além da sua competência" devido à polarização política.

"Quando a conclusão inevitável é de que os fatos e as evidências não sustentam nenhuma acusação, você se pergunta por que esse relatório dedica tempo a fazer críticas gratuitas e inapropriadas ao presidente", disse Ian Sams. "Quando você é o primeiro procurador especial na história que não acusa ninguém, há pressão para criticar", afirmou.

Os republicanos pediram a renúncia de Biden. Trump, que enfrenta acusações criminais por retenção de documentos confidenciais e se recusar a cooperar com os investigadores, acusou o Departamento de Justiça de aplicar um padrão duplo.

Sams também minimizou a ideia de que críticas à idade de Biden poderiam prejudicá-lo nas eleições. "Acho que a opinião pública é inteligente", disse.

Houve um comentário que magoou especialmente Biden. "Sugerir que ele não conseguia se lembrar quando seu filho morreu é realmente inadequado", acrescentou Sams, referindo-se à alegação de Hur de que Biden sequer se lembrava de quando seu filho Beau morreu vítima de um câncer, em 2015.

"Como ele ousa?", questionou ontem, inconformado, o presidente.

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