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EUA

Casa Branca diz que ameaças de guerra de Putin a Otan são "incrivelmente perigosas"

Declaração acontece logo antes de uma reunião entre Biden e Starmer sobre se Kiev deveria ter permissão para disparar mísseis de longo alcance contra alvos em território russo

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante teleconferência no KremlinPresidente da Rússia, Vladimir Putin, durante teleconferência no Kremlin - Foto: Alexander Kazakov/POOL/AFP

A Casa Branca acusou nesta sexta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, de fazer ameaças “incrivelmente perigosas” ao dizer que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) entrariam em guerra com Moscou se permitissem que a Ucrânia usasse mísseis de longo alcance contra alvos em território russo.

— Esse tipo de retórica é incrivelmente perigosa — disse a porta-voz Karine Jean-Pierre a repórteres.

A declaração acontece logo antes de uma reunião entre o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, sobre se Kiev deveria ter permissão para disparar mísseis britânicos Storm Shadow e dos americanos ATACMS, com alcances de centenas de quilômetros, que lhe permitiriam atingir centros logísticos e aeródromos de onde decolam os bombardeiros russos.

O aumento de bombas planadoras guiadas (ou "glide bombs") russas atingindo cidades ucranianas recentemente injetou nova urgência no velho debate sobre os mísseis, que já ganhou e perdeu tração diversas vezes ao longo da guerra.

Embora a Ucrânia já tenha tais armamentos, hoje o seu uso é limitado às áreas fronteiriças, após uma autorização concedida em maio.

Fontes ouvidas pelo New York Times apontam que Biden estaria disposto a concordar com o uso de mísseis europeus, mas não americanos, em ataques contra a Rússia.

Na quinta-feira, Putin advertiu que a autorização “mudaria significativamente a natureza do conflito”, e que Moscou tomaria as “decisões apropriadas com base nas ameaças” enfrentadas.

A principal hesitação de Biden, segundo as mesmas fontes, seria expor as tropas americanas no Oriente Médio, sobretudo no momento final de sua Presidência.

Estrategistas ligados a Washington acreditam que mais do que uma guerra direta com a Rússia, como a sugerida por Putin na quinta, Moscou poderia reagir ampliando o envio de equipamentos militares ao Irã, que por sua vez poderia alimentar suas milícias espalhadas pela região e atacar bases americanas.

A ameaça de Putin surgiu após uma visita do secretário de Estados dos EUA, Antony Blinken, e do chanceler britânico, David Lammy, a Kiev na quarta-feira.

Na capital ucraniana, Blinken prometeu que trataria “com urgência” essas solicitações, adiantando que seriam tema de discussão entre os líderes dos dois países nesta sexta.

As conversas sobre o assunto ganharam impulso na terça-feira, quando os EUA anunciaram novas sanções contra o Irã e acusaram a República Islâmica de fornecer mísseis à Rússia para serem usados “na próxima semana” na Ucrânia. As sanções também foram adotadas pelos governos francês, alemão e britânico.

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