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Desabamento em Paulista

Por buraco, casal e três filhos escaparam com vida do desabamento no Janga; pai ajudou vizinhos

Família morava no Conjunto Beira Mar, no bairro do Janga, há quase três anos

Daniele Faustino e Gustavo Bezerra da Silva com os filhos João Miguel e Giovana; a filha mais nova, Laura, dormia no momento da foto Daniele Faustino e Gustavo Bezerra da Silva com os filhos João Miguel e Giovana; a filha mais nova, Laura, dormia no momento da foto  - Foto: Jaqueline Fraga/Folha de Pernambuco

Um casal e três filhos escaparam com vida do desabamento do prédio no Conjunto Beira Mar, no bairro do Janga, em Paulista, nesta sexta-feira (7). 

A dona de casa Daniele Faustino da Silva, de 29 anos, e o marido, Gustavo Bezerra da Silva, de 32 anos, conseguiram se salvar e levar para fora do imóvel os três filhos, Laura, de 2 anos, João Miguel, de 6, e Giovana, de 10. A família saiu por um buraco aberto após a escada desabar. Eles moravam no terceiro andar do prédio e receberam ajuda da população para escapar do local.

A gente estava dormindo, eu, ele [o marido] e os três filhos. Quando a gente viu, foi o estralo, caiu de vez. Aí, o meu lado não caiu não, ficou em pé, caiu só o outro lado. Ficamos a gente, a minha vizinha, os três filhos dela e a irmã dela também, tudo lá presos. Aí a gente pulou do terceiro andar para cima dos escombros. A população que ajudou a pegar a gente, porque não tinha chegado ninguém ainda não. A gente saiu pelo buraco que ficou depois que a escada desabou, aí a gente pulou”, contou Daniele.

“Eu só queria sair dali e sempre agradecendo a Deus porque eu e meus filhos estavamos vivos. Foi um desespero muito grande, a gente estava tudo dormindo quando caiu e acordou com a zoada às 6 horas da manhã. A gente ia sair pelo buraco do ar-condicionado, mas a gente também ficou com medo de pular, não sabia se tinha energia. A gente podia até morrer ali levando um choque. Aí a gente consegui sair por esse outro buraco quando apareceu um homem também para ajudar”. A família morava no Conjunto Beira Mar há pouco menos de três anos.

A sensação, conta, é de renascimento. “Eu nem estava acreditando, até agora eu não acredito que eu estou viva. E agora tem os vizinhos da gente lá, né, que estão lá soterrados ainda. Pessoas que a gente tinha convivência todos os dias”, frisou. Ela contou que a primeira vítima retirada sem vida dos escombros, um homem de 45 anos, seria o vizinho chamado Josué. Segundo a dona de casa, ele morava sozinho e trabalhava em uma escola municipal.

O motorista de aplicativo Gustavo Bezerra da Silva, de 32 anos, marido de Daniele, ajudou a família e vizinhos a saírem do prédio.

“Foi tudo muito difícil. Foi um momento que ninguém quer passar na verdade. Então, para tirar os meninos, foi com todo mundo gritando dentro de casa. A gente ia sair pelo buraco do ar-condicionado, mas é muito pequeno e muito alto também. Foi quando a gente abriu a porta e tava o buraco da escada, aí foi aonde começou a aparecer pessoas, que começou a baixar a poeira, que a poeira estava muito grande”, contou.

"Aí eu consegui dar a minha esposa, meus filhos, a vizinha, os três filhos dela, a irmã dela. Todos estavam lá e a gente conseguiu botar para baixo e sair. Aí depois que foram chegando os Bombeiros, Polícia Militar e estão lá até agora”, comentou.

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