CRIME

Caso Anic: advogada foi morta por asfixia mecânica; enterro será feito sem velório

Vítima desapareceu no fim de fevereiro, e foi assassinada em um motel na Região Serrana

Advogada e estudante de psicologia Anic HerdyAdvogada e estudante de psicologia Anic Herdy - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Resultado preliminar de um exame feito por peritos do Instituto Médico-Legal de Petrópolis aponta que a advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, que estava desaparecida desde o dia 29 de fevereiro de 2024, foi morta por asfixia mecânica. O corpo da vítima foi encontrado, nesta quarta-feira, enterrado em pé e concretado numa sapata construída para sustentar um muro da garagem de uma casa, em Teresópolis, na Região Serrana. No pescoço da advogada, os policiais encontraram um fitilho de plástico que pode ter sido o instrumento usado para executar o crime.

Assassino confesso de Anic, o técnico de informática Lourival Correa Netto Fatica disse, nesta quarta-feira, ao prestar depoimento por videoconferência na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, ter assassinado a advogada com um soco que teria quebrado a traqueia da vítima. Por conta do estado que cadáver se encontra, não será possível realizar velório. A família não informou se já existe data, horário ou local definido para sepultar a advogada. Investigações da 105ªDP(Petrópolis) revelam que Anic e Lourival teriam um caso extraconjugal, segundo o depoimento de uma testemunha.

No fim da manhã do dia 29 de fevereiro, ela foi vista com vida pela última vez ao sair a pé de um shopping, em Petrópolis. De acordo com um relatório de investigação da Polícia Civil, Anic teria embarcado num carro dirigido pelo técnico de informática. Segundo a confissão feita por Lourival à Justiça, o casal foi para um motel, em Itaipava, onde o crime aconteceu menos de uma hora depois.
 

Após o crime, ele enrolou o corpo da vítima em um lençol e o transportou até a casa onde morava, em Teresópolis, onde Anic foi sepultada numa sapata de um muro. Para evitar que a sepultura improvisada fosse descoberta, o técnico de informática cobriu o local com cimento. Nesta quarta-feira, policiais foram cumprir um mandado de busca e apreensão na residência, após Lourival revelar o local onde o cadáver da vítima estava enterrado.

Ao desenterrar a advogada, após um trabalho de mais de quatro horas que envolveu homens do Corpo de Bombeiros, os agentes notaram que um dos pulsos da estudante estava com uma algema.

Por conta do estado do cadáver do sexo feminino não foi possível uma identificação imediata. Entretanto, a vítima vestia as mesmas roupas que Anic usava quando despareceu. Além disto, o corpo retirado da sepultura improvisado tinha próteses de silicone, a exemplo da estudante até então desaparecida. Por último, os agentes encontraram ainda em uma das mãos da mulher uma aliança com o nome de Benjamim Cordeiro Herdy,de 78, com quem era casada havia 20 anos. 

Apesar de todas as coincidências, o corpo só foi identificado como sendo de Anic, nesta quinta-feira. Uma odontolegista fez uma perícia na arcada dentária do cadáver e comparou o laudo com a ficha odontológica da vítima, confirmando se tratar da mesma pessoa.

Lourival foi preso dias após a família de Anic pagar a quantia de R$ 4,6 milhões, exigido por uma pessoa que enviou uma mensagem para o telefone de Benjamim. O pagamento foi feito no dia 11 de março de 2024, quando a advogada já estava morta.

Além de Lourival, estão presas preventivamente, por ordem da Justiça, outras três pessoas por crime de extorsão mediante sequestro seguida de morte. São elas um filho e uma filho do técnico de informática e uma ex-namorada dele. A defesa dos três alega que o trio não teve qualquer participação no crime.

 A defesa de Lourival concedeu uma entrevista coletiva e afirmou que o técnico de informática escreveu uma carta, no cárcere, alegando que Benjamim Cordeiro Herdy seria o mandante do crime e que o resgate faria parte de um plano para forjar um sequestro. Procurados na ocasião, os advogados de Benjamim e Anic enviaram uma nota classificando a atitude de tentar imputar o marido como mandante da morte da própria esposa como um ato de desespero e crueldade. O documento também dizia que Lourival e seus procuradores seriam demandados na esfera cível, criminal e disciplinar por conta do ocorrido.

Já o Ministério Público do Rio de Janeiro disse que iria apurar as informações prestadas pela defesa do técnico de informática. Nesta quarta-feira, policiais estiveram na casa de Benjamim para arrecadar chips e câmeras que supostamente teriam gravado conversas entre o esposo de Anic e Lourival.

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