Caso Arthur: mãe do menino diz que viajou para se prostituir e explica relação com casal indiciado
A morte da criança, de 2 anos, gerou comoção em Tabira, no Sertão de Pernambuco
Há cerca de um mês, o caso da morte do menino Arthur, de 2 anos, gerou grande comoção na cidade de Tabira, no Sertão de Pernambuco, e em todo o Estado.
A mãe da criança, Giovanna Ramos, deu detalhes da sua relação com o filho e a amiga que estava cuidando do menino, em entrevista ao LW Cast, nessa quinta-feira (20).
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O menino Arthur estava morando com Giselda da Silva Andrade, de 30 anos, e Antônio Lopes Severo, de 42 anos. Os dois foram indiciados pelo crime. A mulher está presa, e o homem foi espancado por populares em Tabira e morreu.
Moradia em Tabira
Nascida em Americana, no estado de São Paulo, Giovanna tinha familiares em Tabira, no Sertão de Pernambuco.
Quando passou a morar na cidade, Giovanna se aproximou de Giselda. Apesar de ter uma tia e avó em Tabira, ela estabeleceu uma relação de confiança com a então amiga.
"Minha avó tem 70 anos, não ia aguentar o Arthur por ser idosa, não ia conseguir controlar meu filho. A minha tia tem a família dela, tem o serviço dela e o marido. Ela nunca se manifestou para cuidar da criança", explicou Giovanna.
Giselda estava cuidando de Arthur há pouco mais de dois meses até a morte do menino. Giovanna detalhou que deixou a criança em Tabira para se prostituir em João Pessoa, na Paraíba.
De acordo com Giovanna, essa era uma forma de se organizar financeiramente para estruturar a vida com o filho. E sua opção pela prostituição era um impeditivo para levar o filho até a cidade no estado vizinho.
"Como que eu vou levar uma criança para dentro de um cabaré? Como que eu vou levar uma criança para um ambiente que é pesado, com prostituição e droga? No cabaré, tem todo tipo de gente, eu não ia levar meu filho para isso", justificou.
Relação de confiança
Sobre a duração de período longe do filho Arthur, Giovanna relatou que tinha uma forte relação com Giselda.
"Eu me sentia como se fosse da minha família. Foi um laço de confiança, porque eu não tinha rede de apoio. Minha família ajudava no lado financeiro, mas não de uma pessoa querer cuidar do meu filho", iniciou.
"Giselda sempre me deu apoio, não é só amizade de droga, porque maconha, a gente usava a nossa maconha. O histórico dos filhos de Giselda, eles nunca estavam jogados, sempre estavam bem cuidados, não era só eu que confiava nela, tinha outras mães que confiavam”, completou.
Apesar do antigo laço de confiança, Giovanna se mostrou arrependida, na entrevista, de ter deixado o filho com ela. "Eu me arrependo de tudo, de ter deixado. A pior sentença vai ser minha, nunca mais vou ter meu filho. Foi a herança que o Lucas [pai do Arthur] deixou para mim", concluiu.
Situação processual
Na segunda-feira (17), o caso parecia estar avançando. A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) concluiu o inquérito e encaminhou o ofício ao Ministério Público.
No entanto, o MP devolveu o inquérito à Polícia Civil solicitando que novas diligências fossem realizadas para apurar possível responsabilidade da mãe na morte de Arthur.
Em nota oficial, o Ministério Público de Pernambuco ressaltou que as diligências "são vitais para desvendar os pormenores deste crime e assegurar que todos os envolvidos sejam responsabilizados. Não mediremos esforços para chegar à verdade e garantir que a justiça prevaleça".
Procurada pela reportagem nesta sexta-feira (21), a Polícia Civil de Pernambuco informou que "o caso do menino Arthur continua sob investigação pela Delegacia de Tabira" e que "detalhes sobre as diligências poderão ser repassados em momento oportuno".
Confira a entrevista completa de Giovanna Ramos, mãe de Arthur: