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Caso Carlinhos: pai é preso na Argentina, mas garoto segue desaparecido

Comerciante é acusado de sequestrar o filho em dezembro de 2015 e de ter pago idosa de 80 anos para mantê-lo em cativeiro

Cláudia e CarlinhosCláudia e Carlinhos - Foto: Cortesia/Arquivo Pessoal

O comerciante Carlos Attias, pai do menino Carlos Attias Boudoux, o Carlinhos, foi preso em Buenos Aires, capital da Argentina, alvo de um mandado de prisão preventiva. O pai é acusado de obstrução da Justiça e de esconder a criança. O menino, hoje com 12 anos, foi sequestrado em dezembro de 2015 no Recife e, apesar da prisão do pai, que ocorreu nessa quarta-feira (15), permanece desaparecido. Além do comerciante, uma idosa de 80 anos tida como uma das cuidadoras temporárias de Carlinhos e um sobrinho dela também foram presos.

O mandado contra Carlos Attias o acusa de não cumprir a extradição que havia sido combinada com a Justiça em 25 de fevereiro de 2019, data que ele noticiou às autoridades argentinas uma fuga do garoto e anexou aos autos do processos uma carta na qual Carlinhos afirmava não querer voltar ao Brasil.

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O menino deveria ter sido entregue à mãe, a fisioterapeuta pernambucana Cláudia Boudoux, em 28 de fevereiro de 2019, data limite para o cumprimento da ordem judicial. Os advogados da mãe esperam que as autoridades argentinas localizem o garoto para entregá-lo à família.

A mãe contou à reportagem do Portal FolhaPE como recebeu a notícia da prisão do pai do seu filho. "Eu estou muito feliz. Pedi a Deus para que isso acontecesse. Carlinhos não estudou, não brincou e ficou em cativeiro. Ele não teve vida nesse ano", disse. Cláudia disse ainda que pretende ir a Buenos Aires para receber o filho quando ele for achado. "Não tenho nem palavras", afirmou, emocionada ao falar sobre o momento que aguarda há mais de quatro anos.

Carlos Attias

Carlos Attias, pai de Carlinhos - Foto: Cortesia/Arquivo Pessoal

O advogado de Cláudia, Pedro Henrique Reynaldo, disse que as investigações apontaram como Carlos Attias escondeu Carlinhos durante os últimos 11 meses. "O pai contratou essa senhora, de 80 anos e portadora de câncer, para manter Carlinhos nessas casas. Ele pagava 7 mil pesos [cerca de R$ 489] por mês para ela guardar o menino em casas paupérrimas em Buenos Aires. Nos fins de semanas, ia visitar o filho", disse, acrescentando que Carlinhos, além de não ver a mãe há quatro anos, não frequenta o colégio há um ano.

"A expectativa da família é que, nos próximos dias, Carlinhos seja encontrado. A mãe está muito feliz e com uma boa expectativa", continuou o advogado. Pedro Henrique relembra que, para justificar o sequestro, Carlos Attias alegou em inquérito que o menino não era bem tratado pela mãe. "O mandado foi expedido em um Tribunal de 2ª Instância da Argentina. Os bens de Carlos já foram bloqueados", finalizou.

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