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Justiça

Caso Henry: advogado de defesa de Jairinho deixa o processo

Jairinho é suspeito de torturar e matar o enteado Henry Borel Medeiros

Jairinho Jairinho  - Foto: Câmara Municipal do Rio/Divulgação

O advogado Braz Sant’Anna, que defende Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, no processo que ele responde com a ex-namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva, por torturar e matar o enteado Henry Borel Medeiros, renunciou ao mandato. A saída do advogado ocorre uma semana após a professora afirmar ter sido ameaçada pela também advogada Flávia Fróes, contratada pela família do médico e ex-vereador para fazer uma investigação paralela do caso. Ela a visitou no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte, e a teria obrigado a assumir a culpa pelos crimes e dito que ela seria transferida ou seria “pega” na cadeia.

Ao Globo, Braz Sant’Anna alegou que a saída do caso se deu por questões de foro íntimo e informou que irá aguardar que a família de Jairinho constitua um novo nome para atuar no processo. Ele o defendia desde a prisão do casal, pelo delegado Henrique Damasceno, titular da 16a DP (Barra da Tijuca) e responsável pelo inquérito, em 8 de abril do ano passado. O advogado acompanhou o início da instrução do processo, que incluiu as audiências nas quais foram ouvidas as testemunhas de defesa e de acusação.

Na última semana, Braz Sant’Anna chegou a divulgar uma nota de repúdio pela suposta interferência de Flávia Fróes no processo. “Na condição de advogados regularmente constituídos para a defesa de Jairo Souza Santos Junior nos autos dos processos criminais em trâmite na Justiça do Estado do Rio de Janeiro, diante dos fatos veiculados pela imprensa, manifestamos a nossa indignação acerca da conduta praticada pela advogada Flávia Froes que, para além de antiética, caracteriza, em tese, deplorável prática delituosa”, dizia o comunicado.

“Esclarecemos que, em razão de episódio anterior, já havíamos apresentado representação em seu desfavor perante a Ordem dos Advogados do Brasil e, a despeito de todo o ocorrido, continuamos confiantes de que Jairinho não teve qualquer participação nos fatos narrados pela defesa de Monique e certos de que tudo será devidamente apurado e esclarecido”, escreveu.
 

Em petições a juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, os advogados Hugo Novais e Thiago Minagé, que defendem Monique, alegaram falta de segurança no Instituto Penal Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Gericinó, e, por isso, pediram a conversão da prisão preventiva dela em domiciliar. Eles contaram ter flagrado um advogado no parlatório da unidade prisional repassando informações sobre a outra detenta, que seria ligada a Flávia Fróes.

Em outro documento, também enviado a magistrada, Flávia Fróes disse que esteve com Monique no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, para entrevista-la sobre o histórico médico anterior de Henry e conta-la sobre o que produzira acerca das provas periciais feitas a partir de pareceres elaborados por legistas e peritos contratados. Ela se apresentou como uma advogada com experiência de mais de 25 anos, “sendo reconhecida nacionalmente, e também internacionalmente, por sua expertise em processos de competência do tribunal do júri” e negou ter feito ameaças a professora.

“Os advogados que fizeram as imputações falsas a esta advogada irão responder, na forma da lei, com todas as garantias legais, em juízo criminal pelos crimes que de forma atestada cometeram, calúnia chapada, já tendo sido protocolizada no juízo competente a queixa-crime”, escreveu.

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