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investigação

Caso Henry: 'Continuarei sem saber o real motivo do assassinato', diz pai de menino

O engenheiro foi nomeado assistente de acusação na "qualidade de pai da vítima", pela juíza Elizabeth Machado Louro

Henry ao lado do pai, Leniel BorelHenry ao lado do pai, Leniel Borel - Foto: Reprodução/Instagram

O engenheiro Leniel Borel de Almeida, assistente de acusação no processo no qual a ex-mulher, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva e seu então namorado, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, são réus por torturas e morte de seu filho, Henry Borel Medeiros, diz não ter expectativas de que a verdade seja esclarecida com o interrogatório dos dois.

A partir das 9h30 desta quarta-feira (9), o ex-casal terá a primeira oportunidade de ser ouvido no plenário do II Tribunal do Júri - eles prestaram depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca) em 17 de março do ano passado, quando alegaram que o menino foi vítima de um acidente doméstico e negaram que tivessem cometido crimes.

"Exatamente 11 meses após o assassinato do meu filho, será mais um passo doloroso a ser presenciado por mim, apesar de necessário em prol da Justiça pela crueldade que cometeram. Infelizmente tenho acompanhado a postura desses monstros em caminhar progressivamente com mentiras e manifestações que desvirtuam da verdade, demostrando que continuarei sem conhecer o real motivo do assassinato de uma criança inocente por aquele casal macabro. Continuarei suplicando por justiça e responsabilidade severa para Jairo e Monique", disse Leniel, ao Globo.

O engenheiro foi nomeado assistente de acusação na “qualidade de pai da vítima”, pela juíza Elizabeth Machado Louro, em junho. Nessa condição, conforme prevê o Código de Processo Penal brasileiro, é permitida a atuação das próprias vítimas de crimes, seus companheiros, pais, irmãos e filhos como auxiliares do Ministério Público, propondo meios de prova — solicitando perícias e acareações — e ainda requerendo perguntas às testemunhas, participando dos debates orais e apresentando as razões de recursos interpostos pelo promotor ou por ele próprio.

Foi Leniel quem registrou a morte de Henry 16ª DP, no início da tarde de 8 de março. Na delegacia, ele relatou que esteve casado com Monique por dez anos e, em setembro de 2020, ela pediu a separação sem explicar o motivo. A professora saira da casa onde a família morava, no Recreio dos Bandeirantes, e logo em seguida passou a namorar o então vereador Jairinho. O engenheiro disse que filho não queria voltar para o apartamento onde passou a viver com a mãe e o padrasto e reclamou que ele o abraçava de forma muito apertada.

Aos policias, Leniel disse ainda que estava indo para o trabalho quando recebeu uma ligação de Monique, por volta de 4h30 daquela madrugada, contando que encontrou Henry com olhos virados e dificuldade para respirar e levou o menino ao Barra D’Or. Chegando na unidade, o engenheiro disse ter visto uma tentativa de reanimação na criança sem sucesso e foi decretada a morte às 5h42m.

O laudo de necropsia feito no Instituto Médico-Legal (IML) aponta que Henry sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Jairinho e Monique estão presos preventivamente, desde 8 de abril, e respondem pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificados contra o menino, além da fraude processual,  coação no curso do processo e falsidade ideológica.

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