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Justiça

Caso Lorena: autor dos disparos que matou criança de dois anos tinha o padrasto dela como alvo

Investigações apontaram que o padrasto que segurava a criança nos braços, era o alvo do assassino conhecido como Peu, preso em flagrante em um assalto na Madalena

Cotel, em Abreu e LimaCotel, em Abreu e Lima - Foto: Jedson Nobre/Arquivo Folha de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco concluiu o inquérito que apurava a morte da pequena Lorena Letícia, 2 anos, baleada enquanto estava nos braços do padrasto na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, no último dia 7 de julho.

De acordo com a 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios/DHPP e sob os cuidados da delegada titular Euricélia Nogueira, o caso inicialmente tido como um assalto foi um homicídio praticado por um homem conhecido como Peu, desafeto de Jefferson Tavares, padrasto da criança.

Jefferson, que ficou ferido na investida, foi socorrido e sobreviveu aos ferimentos. O mesmo destino não teve a criança, baleada na cabeça e no abdômen, não resistiu e veio a óbito. De acordo com a delegada, em coletiva realizada nesta quarta-feira (4), desde o início das investigações havia uma desconfiança de que o caso não se tratava de um mero assalto.
 



"Ficamos nos questionando, porque um assalto em que o ladrão te persegue, estando você com uma criança nos braços e ainda assim se efetua seis disparos?", destacou.

Pedro Henrique Araújo de Lima, conhecido por Peu, tinha o padrasto de Lorena como alvo. Ele estaria entregando à polícia informações sobre o tráfico de drogas que ele e o comparsa Gabriel Matheus Alves Magno, o Biel, praticavam na área.

"No início das investigações o padrasto afirmava que tudo não passou de um assalto. Inclusive ele disse que teria pedido a Peu pela criança para coloca-la no chão, mas ela estava dormindo, acordou assustada e abraçou-se ao pescoço do padrasto. Peu não hesitou e atirou mesmo assim", pontuou a delegada.

 

Delegados Bruno Magalhães e Euricélia NogueiraCrédito: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

Outros crimes
Assim como o padrasto, Jandoir Gomes da Silva também foi alvo de Peu. Em maio, Jandoir foi assassinado na mesma localidade de Lorena, e pelo mesmo motivo: por estar fornecendo informações à polícia sobre o tráfico de drogas.

Já Gabriel, comparsa de Peu, foi assassinado pelo tio de Lorena, Jailson José da Silva, dias depois do assassinato da criança.

"O tio biológico dela, revoltado com a morte da sobrinha de dois anos, foi até a comunidade e executou Gabriel com vários disparos de arma de fogo", contou a delegada, que complementou: "Ele foi preso com a arma, confessou o crime. Disse que ia matar outras pessoas que estavam envolvidas na morte da sobrinha". 

Peu, autor dos disparos que mandou Lorena, foi preso em flagrante na última sexta-feira (29),  por  um roubo  de um comerciante no bairro da Madalena. De acordo com Euricélia Nogueira, ele passou a responder também pelo assassinato da criança e pela tentativa de homicídio do padrastro.

Ele, que não confessou o crime, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

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