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PRISÃO

Caso Marielle: família, parlamentares e amigos repercutem prisões de supostos mandantes do crime

Irmã da vereadora celebrou 'grande passo' nas investigações e amiga cineasta lembrou 'apoio' de delegado suspeito na época

Anielle Franco, ministra da Igual Racial e irmã de Marielle FrancoAnielle Franco, ministra da Igual Racial e irmã de Marielle Franco - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Polícia Federal cumpre, na manhã deste domingo, mandados contra supostos mandantes do homicídio de Marielle Franco, em 2018. Os alvos são Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Seis anos após o crime, que culminou ainda na morte do motorista da parlamentar, Anderson Gomes, as prisões são comentadas nas redes sociais pela família e amigos das vítimas e por parlamentares. As publicações comemoram o "grande passo" na investigação e ressaltam os cargos exercidos na Polícia e na política pelos acusados.

"Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?", celebrou a irmã de Marielle e atual Ministra da Igualdade Racial na rede social X (antigo Twitter). Em outra publicação, Anielle ressaltou a importância da elucidação do crime para a sociedade: "Não tem sido fácil esses últimos seis anos. Hoje estamos dando resposta para violência politica, estamos dando resposta pro favelado que votou na Marielle, para as mulheres que colocaram seus corpos a serviço da política", continuou.

Em 14 de março de 2018, Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros quando o carro em que estavam passava pelo Estácio, bairro na região central do Rio. O crime, segundo as investigações, foi motivado pela divergência quanto à destinação de ocupação de terrenos na Zona Oeste do Rio.

Também na rede social X, a cineasta Antonia Pellegrino, que era amiga de Marielle, revelou uma fala do delegado Rivaldo Barbosa, no dia seguinte ao crime: "Nunca vou me esquecer de Rivaldo Barbosa recebendo a família e os amigos da Marielle, no dia 15 de março. Ao sairmos da sede da polícia, o então chefe da civil me disse: qualquer coisa estranha, qualquer insegurança, me liga". E finalizou: "Hoje, Rivaldo foi preso por não deixar a investigação andar".

Marcelo Freixo, que era amigo e colega de partido de Marielle, no Psol, na época, lembrou a CPI das Milícias, comandada por ele em 2008. "Nós escrevemos no relatório que crime, polícia e política não se separam no Rio. Dezesseis anos depois, com o caso da Marielle resolvido, reafirmo a mesma frase. Um membro do Tribunal de Contas, um vereador (agora deputado) e um chefe da polícia presos envolvidos no assassinato da Marielle", publicou. Atualmente, Freixo está no Partido dos Traballhadores (PT) e é presidente da Embratur.

Os nomes dos suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Marielle foram delatados apenas este ano pelo ex-PM Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos. O fato de um deles ter mandato de deputado federal teria tornado necessário que a delação fosse enviada para o Supremo Tribunal Federal, onde foi homologada na última terça-feira.

Deputada estadual no Rio, Marina do MST (PT) também se pronunciou sobre as prisões. "Vocês se deram conta do que acaba de acontecer? O então chefe de polícia preso pelo assassinato da Marielle. Um deputado. E um conselheiro do Tribunal de Contas. É o Estado e o crime de mãos dadas. Não é poder paralelo. É o crime organizado dentro da estrutura do Estado", colocou.

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