Caso Marielle: Quem é Peixão, apontado pelo delator Ronnie Lessa como o faz tudo de Brazão
Em delação, assassino confesso da vereadora e do motorista Anderson Gomes, dá detalhes sobre Robson Calixto Fonseca
Em acordo de delação premiada, Ronnie Lessa, o assassino confesso do homicídio de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, dá o peso da importância de Robson Calixto Fonseca, o Peixe ou Peixão, no planejamento do crime. Lessa, ex-sargento da Polícia Militar, relata que Calixto, era o "homem de confiança" do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão. Tanto que ele está com Domingos desde a época em que o político era deputado estadual. Na Alerj, assim como no TCE, Calixto foi nomeado assessor de Domingos. Lessa diz que ele é o "faz tudo" do conselheiro.
Entre as tarefas de "faz tudo" de Peixão, Lessa conta que coube a ele providenciar a submetralhadora HK MP5 usada para matar a vereadora e o motorista.
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No depoimento que prestou à Polícia Federal, ao Ministério Público do Rio (MPRJ) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), cuja colaboração premiada foi homologada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, Lessa definiu Peixão:
"O interlocutor deles (dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, deputado federal) era o Peixão. Eu não o conheço pessoalmente, não sei nem qual é a sua estatura, sua cor. Não conheço. Mas esse Peixão, ele era, segundo Macalé (sargento da PM, amigo de Lessa, morto em 2021), um faz tudo, um homem da alta confiança dos irmãos (Brazão)".
Lessa ressalta, na delação premiada, que o homem de confiança dos Brazão não pertence à milícia, embora Domingos tenha ordenado que o delator e Macalé entregassem o fuzil na favela de Rio das Pedras, logo após o duplo homicídio:
"Ele (Peixão) não é da milícia. Ele é do trabalho, de tudo. Ele é da área política".
Peixão foi preso no último dia 9 em operação da Polícia Federal, acusado de envolvimento no homicídio de Marielle e Anderson.