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Estudo

Católicos ajudariam na redução de emissões se revivessem costume de não comer carne às sextas

Equipe de Cambridge estudou o impacto de um apelo dos bispos da Inglaterra e do País de Gales em 2011 para reviver a prática

Papa FranciscoPapa Francisco - Foto: FILIPPO MONTEFORTE/AFP

O papa Francisco poderia ajudar a reduzir as emissões globais de carbono ao pedir aos católicos que retomem o costume de não comer carne às sextas-feiras, disseram pesquisadores britânicos nessa segunda-feira (31).

A prática, prevista nas normas da Igreja, consiste em se abster de consumir o alimento às sextas, dia em que, conta a tradição, Jesus Cristo morreu. Esse costume é uma das tradições cristãs mais antigas, mas não é obrigatória para os católicos desde as reformas do Vaticano na década de 1960, exceto durante o período da Quaresma, que antecede a Páscoa, quando a carne pode ser substituída por peixe.

Uma equipe da Universidade de Cambridge estudou o impacto de um apelo dos bispos da Inglaterra e do País de Gales em 2011 para reviver a prática.

Eles descobriram que, embora apenas um quarto dos católicos tenha adotado a prática, 55 mil toneladas de carbono foram economizadas a cada ano, o mesmo que se 82 mil pessoas a menos voassem de Londres para Nova York e voltassem em um período de 12 meses.

Os pesquisadores dizem que, se as sextas-feiras sem carne fossem restabelecidas em todo o mundo, milhões de toneladas de gases de efeito estufa poderiam ser salvas anualmente.

A agricultura para carne "é um dos maiores contribuintes das emissões de gases de efeito estufa", disse o principal autor do estudo, Shaun Larcom, do Departamento de Economia Agrícola de Cambridge.

"Se o papa restabelecer as sextas-feiras sem carne para todos os católicos, poderia ser uma enorme fonte de reduções de emissões de baixo custo".

Mesmo que apenas uma parte dos fiéis deixasse de comer carne às sextas-feiras, a redução seria significativa, acrescentou.

O estudo, publicado no site da Social Science Research Network, foi baseado em análises de estudos de saúde pública sobre hábitos alimentares na Inglaterra e no País de Gales.

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