Cavalgada e visita à família da tribo Mapuche, no Chile
A cidade de Curarrehue, que abriga 80% do único povo nativo da América a vencer militarmente os conquistadores europeus, fica nos arredores do vilarejo chileno de Pucón
Em uma viagem pela América do Sul você vê paisagens de tirar o fôlego e monumentos impressionantes, mas muitos aos pedaços, assim como a cultura do nosso povo. A destruição provocada pelos colonizadores europeus e a influência deles está em todos os lugares. Como brasileiros, sabemos bem disso. Aprendemos sobre “o descobrimento” na escola, mas é importante e também duro crescer e conhecer o que resta de “hermanos” que foram dizimados neste período. Em minhas andanças, ouvi histórias assim em todos os cantos. Em meio a tudo isso, um povo indígena chama atenção por sua resistência: os Mapuche. Quando visitei Pucón, no Chile, descobri que estava bem perto deles.
Para chegar até a tribo, no entanto, achamos melhor procurar alguma agência turística de Pucón. E assim começou a nossa jornada até o lugar onde vive a tribo conhecida por lá como o único povo nativo da América a vencer militarmente os conquistadores espanhóis, resistindo por mais de 300 anos com suas técnicas de guerrilha. A cidade de Curarrehue, que abriga 80% da população Mapuche, fica nos arredores do vilarejo chileno de Pucón.
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Para ter contato com a cultura de raiz, atravessamos bosques milenares e até um trecho de rio. O percurso foi todo feito a cavalo. Mesmo nunca tendo montado sozinha, recebi as orientações básicas sobre como controlar, segurar as rédeas (as duas cordas que servem para guiar o animal) e comecei o passeio junto com amigos brasileiros. Na época (2013), a cavalgada até à tribo Mapuche custou 16 mil pesos chilenos.
Todos começaram o passeio timidamente. A égua que foi minha companheira nessa aventura se chama Morena. O percurso até a tribo é incrível. Algumas vezes cheguei a me sentir em meio a um cenário de filme ou série. Os cavalos se comportavam bem e ninguém teve grandes problemas.
Depois de percorrer parte do caminho, paramos para um descanso às margens de um rio. Já mais acostumados com os cavalos, o resto da jornada foi ainda mais divertida e chegamos até a correr um pouco com eles.
Por fim, atravessamos a área do rio que ficava em nosso caminho e já era noite quando chegamos na huka (oca de palha e madeira) da família Mapuche que aceitou nos receber. Estes índios usam lenços coloridos e adornos de prata na cabeça e no pescoço. Quem visita a tribo pode colocar uma roupa e os adornos para tirar uma foto com uma espécie de tambor na mão. No entanto, eles pedem para a gente não bater nele.
O objeto que aguçou a nossa curiosidade se chama Meli Mitran Mapu. É o instrumento musical mais importante da cultura Mapuche. Ele é utilizado pelo chamán/curandeiro da tribo em rituais religiosos e culturais, bem como no ritual anual da fertilidade.
Apesar do passeio incrível, nosso contato com os índios, infelizmente, foi o mínimo. Eles nos receberam, mostraram os adornos e serviram o jantar. Tomamos a bebida deles, de gosto não muito atraente, e comemos pães, pastéis e empanadas servidas lá, que não pareciam diferentes das encontradas em outros cantos do Chile.
Me senti um pouco intrusa e incomodada, mas entendo também que esta, como outras tribos na América do Sul, recebem turistas e tiram disto um tipo de sustento. Apesar da sensação de "realidade maquiada" foi bom estar ali. Após o jantar, um carro levou nosso grupo de volta até à sede da agência de turismo.
Serviço:
Tour: Cavalgada até a tribo mapuche (custava em média $ 16.000 pesos em 2013).
Recomendação: Levar um calçado fechado e confortável
Códigos e descontos para hospedagens:
R$ 130 em desconto no Airbnb
Crédito de R$ 40 no Booking
Contato:
E-mail: [email protected]
Instagram: @ahvamosviajar
Facebook: /AhVamosViajar
Youtube: c/Ahvamosviajar
* Priscilla Aguiar é jornalista, editora adjunta do Portal FolhaPE e criadora dos perfis 'Ah, vamos viajar' no Instagram, Facebook e Youtube com dicas, fotos e vídeos de suas passagens por pelo menos 17 países.




