Caverna na Tailândia onde meninos foram resgatados reabre para passeios turísticos após cinco anos
Visita guiada custa R$ 290; turistas podem acompanhar percurso do resgate épico
A caverna Tham Luang, onde um time de futebol e o treinador ficaram presos há cinco anos, na Tailândia, foi reaberta ao público. A "Câmara 3", local do resgate, está aberta a visitação, no valor de R$ 290 para turistas estrangeiros.
Em 2018, o mundo voltou a atenção para esta caverna quando 12 estudantes e um treinador de futebol ficaram presos durante 18 dias após uma forte chuva que inundou o complexo de cavernas. O resgate, considerado extremamente delicado, envolveu mergulhadores, fuzileiros navais e centenas de voluntários. Agora, o público pode ver o local de perto por meio de uma visita guiada.
Apesar de ficar a apenas 800 metros da entrada da caverna, o percurso até a Câmara 3 dura cerca de uma hora. Era o mesmo tempo que as equipes demoravam, em média, para percorrer a mesma distância durante a operação.
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A caverna já atraia turistas desde o resgate de proporções cinematográficas, mas a abertura para visitas guiadas consolida o local como um ponto turístico. O chefe do Departamento de Parques Nacionais, Attapon Charoenchansa, disse ao Bangkok Post que o parque será promovido como um destino para aventuras em cavernas como um “lembrete salutar da extraordinária operação de resgate”.
As visitas guiadas têm o máximo de dez pessoas por grupo e só são permitidos dois grupos por dia. O passeio dura cerca de três horas, em que os guias falam sobre a operação e mostram equipamentos como cabos e bolsas de resgate. Também são destacados os pontos do local que dificultaram o resgate dos meninos.
Relembre o caso
Em 23 de junho de 2018, doze meninos de um time de futebol local, os Javalis Selvagens, e o treinador, ficaram presos na caverna Tham Luang.
Eles entraram no complexo de cavernas durante um passeio após o treino. Foram surpreendidos por uma chuva forte que inundou o complexo, e fugiram por dentro dos túneis até se instalarem em um local seco, próximo à câmara conhecida como Praia Pattaya, a 4 quilômetros da entrada. A mãe de um dos meninos, preocupada com seu atraso, deu o alarme inicial que desencadeou as buscas.
O governador de Chiang Rai, Narongsak Osattanakorn, mobilizou uma equipe de cerca de 1 mil profissionais, entre médicos, soldados, mergulhadores, especialistas em cavernas e engenheiros de vários países, como EUA, Japão, Reino Unido, China e Austrália, além dos socorristas tailandeses.
Os meninos, no entanto, só foram encontrados em 2 de julho, nove dias depois do seu desaparecimento, por dois mergulhadores britânicos que conseguiram chegar à câmara em que estavam refugiados. Para chegar até eles, os dois nadaram durante seis horas, em um percurso que exige domínio de técnicas de nado e mergulho.
O resgate durou três dias, e foi feita em etapas. Um centro de operações foi instalado na Câmara 3 do complexo de cavernas De lá, mergulhadores levavam alimentos até os garotos e bombeavam oxigênio para a câmara em que estavam, onde o ar começou a ficar rarefeito em 6 de julho.
Os 12 garotos e o técnico também começaram a receber treinamento de natação e mergulho. A maioria deles, por morar em uma área rural, não sabia nadar. Antes de optar por retirar os meninos a nado e mergulho, diante da iminência de novas chuvas, o comando da operação também cogitou cavar um duto do alto da montanha até o local em que o grupo se refugiou.
O resgate já foi tema de documentários e sucessos de bilheteria de Hollywood, bem como de mais de uma dúzia de livros. Só em 2022, a história inspirou três produções: "Treze Vidas: O Resgate", da Amazon Prime; "Cave Rescue", da Lionsgate; e O Resgate na Caverna Tailandesa", da Netflix.