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MURO DO METRÔ

CBTU aprova transporte, cesta básica e apoio psicológico para família da menina esmagada por muro

Kemilly Kethelyn Lino da Silva, atingida por placa de concretoKemilly Kethelyn Lino da Silva, atingida por placa de concreto - Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (19), a equipe da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o pai da menina Kemilly Kethelyn Lino da Silva, de 8 anos, que foi atingida por uma placa de concreto do Metrô do Recife, no último sábado (16), se reuniram na sede do órgão na Cidade. Durante a reunião, foram discutidas ações emergenciais para a família da criança.  

A menina brincava em uma festa de Dia das Crianças promovida pela ONG Mão Amiga, na Comunidade do Coque, Ilha de Joana Bezerra, no Recife, quando o acidente aconteceu. No local, mais de 100 crianças participavam da festividade.

Além de Francisco Lino, pai da criança, estavam presentes no encontro o superintendente do Metrô do Recife, Carlos Ferreira, o ouvidor da CBTU, Marcelo Nóbrega, outros representantes da Companhia e a advogada representante da família, Gabriela Jordão.

De acordo com a advogada, inicialmente foram tratadas questões para a comunidade, como a manutenção do muro do Metrô do Recife, que oferece mais riscos de desabamento e era necessário que uma equipe fosse ao local para fazer uma vistoria e realizar manutenções de imediato. Também foi solicitado um diálogo maior entre a CBTU e a comunidade, com um Comitê Fixo.

Além dos pleitos para a comunidade, algumas solicitações foram realizadas para a família de Kemilly.

“A família é muito humilde e mora na comunidade há vários anos. Eles têm dois filhos menores além de Kemilly, e o pai é o único provedor da casa. Nós pedimos que a CBTU disponibilizasse um transporte para as idas e vindas do hospital. Pedimos também uma cesta básica para ajudar no sustento da família enquanto está nessa situação. Além disso, solicitamos também apoio psicológico para a família. A mãe de Kemely está muito abalada, disse que não dorme. O pai dela não consegue articular frases, fica muito nervoso, chora constantemente. Eles precisam de um acompanhamento mais próximo”, destacou a advogada.

Resposta da CBTU

A advogada da família afirmou que, durante a reunião, o superintendente da CBTU explicou que não poderia dar uma resposta de imediato e que realizaria um protocolo para ser encaminhado ao setor competente. Porém, as respostas às solicitações mudaram após o encontro e e a advogada recebeu retornos diferentes.

“Um pouco antes de sair da CBTU, o senhor Marcelo Nobre me comunicou extraoficialmente que o carro já estava sendo providenciado e nesta quarta-feira (20) já estaria à disposição da família. Assim que eu cheguei no escritório, eu recebi a informação de que o assistente social já iria encontrar na terça à tarde a família no Hospital da Restauração para discutir a questão do atendimento psicológico e da cesta básica e que eles também já haviam deliberado sobre isso”, destacou.

Inquérito policial

Na segunda-feira (17), foi aberto um inquérito policial sobre o caso na Delegacia do Rio Branco, no Recife, e o pai de Kemilly, Francisco Lino, no mesmo dia, prestou depoimento. O presidente da ONG Mão Amiga, Jonata Bruno, que presenciou o fato, também prestou depoimento na tarde desta terça-feira (19).

Estado de saúde

Segundo a Assessoria de Comunicação do Hospital da Restauração (HR), Kemelly segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica respirando com a ajuda de aparelhos e com sedação leve. O estado de saúde da criança é grave, mas estável.

Os médicos estão aguardando uma maior recuperação para avaliar possíveis procedimentos. A criança sofreu politraumas e teve ferimentos na face e no braço. Ela passou por um procedimento cirúrgico inicial na área da bacia.

Manutenções necessárias

O presidente da ONG Mão Amiga, Jonata Bruno, que mora na Comunidade do Coque, afirmou que nunca viu manutenções acontecendo nos muros do Metrô do Recife. 

“Eu tenho 26 anos de idade e sou nascido e criado na comunidade e eles nunca fizeram manutenção. Pessoas mais velhas também nunca viram essa manutenção acontecendo. Tem placas que estão caindo, pela metade, encostadas no muro, em árvores. Eles lançaram uma nota dizendo que fazem uma revisão periódica, mas isso não é a realidade. As placas não caem só na Comunidade do Coque, mas em outras localidades também”, afirmou Jonata.

Segundo Gabriela Jordão, é importante que a CBTU realize obras e vistorie o muro para que outros acidentes sejam evitados.

“O muro está muito danificado e várias crianças brincam ao redor, pessoas passam todos os dias para trabalhar e inclusive senhoras sentam lá para conversar no final do dia. Isso é muito perigoso”, complementou a advogada.

CBTU responde

Em nota, a CBTU informou que “o superintendente manifestou solidariedade pelo ocorrido e se prontificou a analisar junto ao Jurídico da empresa em curto período e emitir as possibilidades de atender o pleito”.

A Companhia finalizou a nota dizendo que “além das solicitações emergenciais da família, foi solicitada a formação de um comitê para acompanhar o caso e fazer um canal de comunicação entre a Companhia e a comunidade. A CBTU, por seu lado, informou aos envolvidos na reunião que a área da Manutenção está analisando o fato e no aguardo de perícia técnica para que sejam estabelecidos protocolos emergenciais em relação ao muro”. 

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