Celular de estudante preso por filmar alunas em banheiro de faculdade em SP tinha 15 gravações
Universitário foi confrontado por outras alunas, dentro do banheiro da faculdade
Um estudante de 20 anos foi preso em flagrante após ser descoberto filmando alunas do curso de medicina veterinária no banheiro da Universidade Anhembi Morumbi, localizada na Zona Leste de São Paulo, na tarde da quinta-feira (15).
As estudantes que conseguiram pegar o celular do universitário afirmam que o aparelho continha, pelo menos, 15 gravações de partes íntimas de outras estudantes.
Imagens publicadas nas redes sociais revelam o momento em que Gabriel Valareto Vicente Silva, estudante de quiropraxia, foi confrontado pelas alunas dentro do banheiro da faculdade, que possui instalações sem distinção de gênero.
"Ó, esse menino aqui... Pode tirar a mão da cara! Estava filmando a gente por debaixo da porta, usando o banheiro. Você vai mostrar o celular para o segurança", disse uma das universitárias.
Logo em seguida, uma aluna se aproxima do rapaz e retira o celular desbloqueado de suas mãos.
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A ação rápida das estudantes permitiu que provas substanciais fossem obtidas contra o jovem, levando à sua prisão em flagrante. As imagens capturadas revelaram que o aparelho dele continha cerca de 15 vídeos de partes íntimas de outras estudantes, segundo informou o g1 São Paulo.
Após a universitária flagrar a gravação no banheiro da universidade, um bombeiro conseguiu prender o jovem responsável pelo ato. Ele foi conduzido ao 8º Distrito Policial, localizado na Mooca, onde a ocorrência foi registrada como importunação sexual.
Nesta sexta-feira (16), o rapaz passará por uma audiência de custódia.
Durante o registro da ocorrência, uma policial militar que acompanhou o caso confirmou a existência de diversos vídeos no celular de Gabriel. "A gente viu por cima e não pode detalhar o que tinha lá, mas dava para ver os rostos delas e eram vários vídeos. E aí ele confessou", afirmou a policial.
Uma das vítimas afirmou que se não estivesse acompanhada da amiga não veria o estudante a gravando.
"Ela [amiga] se deparou com o celular atrás do vaso por baixo da outra cabine, me filmando por trás. Então, se eu estivesse sozinha ali, jamais teria visto a câmera. Perguntou para ele porque estava fazendo aquilo. Ele escondeu o celular no bolso. Pediu para que ele apagasse as fotos. Eu fiquei muito nervosa. Eu não conseguia falar nada. Eu só conseguia chorar. Não sei nem como vou mais para a faculdade agora", disse a jovem, que prefere ter a identidade preservada.
O pai de uma das alunas também contou à reportagem da TV Globo que ficou em choque quando viu as imagens.
"Ele pegou a imagem dela levantando do vaso. Eu vi a imagem depois. Fiquei chocado. De baixo para cima. Acho que se fosse um cinegrafista profissional, não conseguiria um ângulo daquele. Tentaram agredir o rapaz, entraram mais pessoas no banheiro, seguranças contiveram. E eu recebi a informação real quando cheguei na faculdade. Aí eu vi que a coisa era mais grave".
A Universidade Anhembi Morumbi, ao tomar conhecimento do caso, emitiu um comunicado condenando veementemente o comportamento do estudante. A instituição afirmou estar colaborando com as autoridades policiais e disse que tomará todas as medidas disciplinares cabíveis para garantir a segurança e o bem-estar de seus alunos [leia a íntegra da nota no final do texto].
A direção da faculdade também anunciou que serão reforçadas as medidas de segurança e vigilância em seus banheiros, visando evitar a ocorrência de incidentes semelhantes no futuro. Além disso, estão sendo oferecidos suporte e acompanhamento psicológico às estudantes afetadas por essa violação de privacidade.
Gabriel Valareto Vicente Silva responderá judicialmente pelos crimes de invasão de privacidade, registro não autorizado da imagem de terceiros e violação dos direitos individuais. Caso seja condenado, poderá enfrentar penalidades severas, incluindo detenção.
A polícia prosseguirá com as investigações para identificar possíveis outras vítimas e apurar se o estudante estaria envolvido em situações semelhantes anteriormente.
Resposta da universidade
Em nota, a universidade informou que lamenta e manifesta seu repúdio a esse tipo de ocorrência, e que vai acompanhar o caso e seus desdobramentos.
"Como instituição de ensino, atuamos na promoção da formação crítica, cidadã e consciente da comunidade acadêmica, formando não apenas profissionais, mas indivíduos em sua integralidade e, por esse motivo, repudiamos toda e qualquer conduta contrária às normas legais e da própria Instituição.
Esclarecemos que estamos adotando as providências cabíveis, tanto internamente, quanto junto às autoridades competentes e continuaremos atuando para a solução do caso, estando, inclusive, à disposição para contribuir com a apuração dos fatos.
A Instituição se solidariza com a vítima e informa que tem prestado toda a assistência necessária para que ela possa se restabelecer o mais rápido possível, retomando integralmente as atividades acadêmicas".