Dom, 28 de Dezembro

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Crime cibernético

Celular jogado pela janela leva PF a chefões de quadrilha que clonava até site de bancos

Operação Tripeiros prendeu grupo que promovia sistemático ataque cibernético via phishing para acessar dados confidenciais de empresas e movimentou R$ 100 milhões em fraudes bancárias eletrônicas e lavagem de dinheiro

Alvos da Operação Tripeiros, da PF, deverão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude e organização criminosa Alvos da Operação Tripeiros, da PF, deverão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude e organização criminosa  - Foto: PF/Divulgação

Um celular atirado pela janela por um dos presos da Operação Faroeste Digital, realizada no ano passado, levou a Polícia Federal aos líderes de uma organização criminosa e à identificação de "tripeiros" - responsáveis pelo recrutamento de "laranjas" usados para distribuição de dinheiro desviado de contas bancárias de empresas via fraudes eletrônicas.

Nesta terça, 1, a PF deflagrou a Operação Tripeiros, para executar 12 mandados de prisão e 18 de buscas, além do sequestro de bens de investigados em São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Ceará autorizados pela Justiça.



A PF apurou que a organização criava até site "clone" de bancos. Depois, "atraía" vítimas a entrarem no site escancarando seus dados bancários para transferências milionárias.

Os federais classificam o grupo como "uma das maiores organizações criminosas especializadas em fraudes bancárias em pessoas jurídicas".

Segundo a PF, "os criminosos utilizavam técnicas de engenharia social e phishing para realizar as fraudes".

O phishing é um ataque cibernético que visa expor dados confidenciais de vítimas

Por meio do acesso a essas informações dos clientes do banco, os criminosos criavam um site "clone" da instituição financeira e faziam a engenharia social, método de manipulação e persuasão para ludibriar a vítima.

A Operação Tripeiros constatou que, em apenas um ataque cibernético, em questão de minutos, o dinheiro transferido de uma só conta totalizou quase R$ 1 milhão e foi distribuído em mais de 70 contas de "laranjas".

Segundo a PF, durante o período de um ano e meio da investigação o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões.

A PF chegou às lideranças da organização por meio da análise de conteúdo do celular jogado pela janela por um dos alvos da Operação Faroeste Digital, executada em 2024.

Toda a investigação ficou a cargo da Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos, braço da PF que atua contra fraudes eletrônicas.

A atribuição sobre esse tipo de crime é da Justiça estadual, mas a PF assumiu o controle da investigação porque a quadrilha operava em vários Estados.

Os alvos da Operação Tripeiros deverão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude e organização criminosa.

Em nota, a PF reafirmou seu "compromisso com o combate à criminalidade cibernética e à proteção do sistema financeiro nacional".

A meta da PF é desarticular toda a rede criminosa e recuperar os recursos desviados.

 

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