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BRASIL

Celulares banidos nas escolas: entenda em nove pontos o projeto aprovado na Câmara

Banimento ocorre para todas as escolas, públicas e privadas, da educação infantil ao ensino médio; veja todos os detalhes

Ministério da Educação vai apresentar proposta sobre uso de celulares nas salas de aula ao Congresso NacionalMinistério da Educação vai apresentar proposta sobre uso de celulares nas salas de aula ao Congresso Nacional - Foto: Freepik

A Comissão de Educação da Câmara aprovou nesta quarta-feira (30), em votação simbólica, o banimento dos celulares nas escolas. Fica proibido o uso de aparelhos eletrônicos portáteis durante a aula, durante o recreio ou intervalos entre as aulas para "todas as etapas da educação básica". Entenda abaixo detalhes do projeto.

O celular foi proibido para todas as escolas?
Sim. A lei vale para todas as escolas, públicas e privadas, e também para todas as idades. Isso significa que estudantes da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio não poderão utilizar celulares no espaço escolar.

Pode levar o aparelho para a escola?
O texto aprovado proíbe que crianças da educação infantil e do ensino fundamental levem o aparelho para a escola. Os alunos do ensino médio podem levar, mas os celulares terão que ficar guardados.

O celular vai poder ser usado na hora do intervalo?
Não. A lei proíbe o uso dentro de sala e também durante o recreio, ou intervalos entre as aulas para todas as etapas da educação básica.

Quando a proibição começa a valer?
O projeto de lei foi aprovado pela Comissão de Educação da Câmara e ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da própria Câmara e depois ir para o Senado. Como há certo consenso em relação ao tema, a expectativa é de que toda a aprovação ocorra ainda em 2024 e o ano letivo de 2025 comece com a proibição em vigor.

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Professores que quiserem realizar atividades pedagógicas com os alunos usando celular estão proibidos?
Não. O uso de aparelhos eletrônicos é permitido para fins pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação.

Crianças com deficiência que utilizam esses aparelhos para acessibilidade perderão esse recurso?
Não. A lei também libera a utilização para fins de acessibilidade, inclusão e condições de saúde tanto em sala de aula quanto fora dela.

Há alguma punição para o aluno que desrespeitar a regra?
A lei não determina punições. Cabe às escolas decidirem a melhor maneira de mediar a proibição.

Algo ponto pode ser alterado ainda até a aprovação?
Sim. Tanto deputados da CCJ, quanto os senadores poderão fazer alguma alteração. No entanto, o projeto foi amplamente aceito na Comissão de Educação e não deve passar por resistências, nem por alterações profundas. O ponto que pode ter algum debate é a proibição de que crianças da educação infantil e do ensino fundamental levem os aparelhos para a escola.

Os tablets estão proibidos?
A lei fala em proibição de "aparelhos eletrônicos portáteis pessoais, inclusive telefones celulares", mas não especifica o uso de tablets. Por isso, o entendimento dos deputados é de que ele não está proibido.

Apoio popular
A proibição é apoiada por oito a cada dez brasileiros, para quem menores só deveriam ter celulares a partir dos 13 anos, segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro.

O tema estava adormecido no Legislativo desde o ano passado e foi resgatado pelo ministro Camilo Santana, em setembro, quando ele anunciou a formulação de um projeto de lei para a proibição de celulares nas escolas. A partir daí, os integrantes da comissão aceleraram as negociações do texto, sem a participação do MEC.

De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) de 2022, 45% dos estudantes brasileiros relataram que se distraem ao utilizar aparelhos eletrônicos em todas ou na maioria das aulas de Matemática. O percentual está 15 pontos acima da média observada nas nações da OCDE.

Restrições similares também já foram adotadas por países como França, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Canada, Suíça, Portugal e México. O movimento global é potencializado por um relatório da Unesco que pediu, em junho, a proibição dos celulares nas escolas. No Brasil, ela tem amplo apoio de professores e profissionais da educação e também foi defendida por deputados governistas e da oposição.

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