Censo 2022 pode demorar mais e terminar até fevereiro de 2023, diz IBGE
Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, a meta é acabar entre janeiro e fevereiro
O fim da coleta de dados para o Censo 2022, que já havia sido adiada para janeiro, pode ficar para o mês seguinte. Segundo Cimar Azeredo Pereira, diretor de Pesquisas do IBGE, a meta é acabar entre janeiro e fevereiro. Neste último, diz, serão verificados dados de domicílios que não receberam os recenseadores ou porque os moradores se recusaram ou porque as residências estavam fechadas.
Até agora quase 179 milhões de brasileiros foram recenseados e 88 milhões de domicílios foram visitados, segundo dados preliminares. O número representa 83,9% da população, hoje estimada em 213,317 milhões.
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— A gente está empenhando esforços grandes para concluir essa contagem de população em todos os municípios no meio de janeiro, e tem uma parcela ainda de complementação. Em fevereiro, a gente deve estar fazendo uma cobertura ainda em cima de detalhes, como domicílios fechados em que o morador não estava, domicílios que se recusaram receber o IBGE — disse Azeredo.
Ele complementou:
— Vamos também verificar se todos os domicílios que estão vagos são realmente vagos ou se tinha um morador ali e o recenseador se equivocou. Isso tudo é importante porque é população que se deixa de contar. Esse trabalho vai ser feito também no mês de fevereiro.
Ele par participou, na manhã desta terça-feira (27), no Museu do Amanhã, no Rio, de evento para formalizar a assinatura de Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro e premiar os agentes que foram mais produtivos. O acordo começou em novembro e tem por objetivo usar agentes de saúde para ajudar no Censo.
A pesquisa, que faz a mais ampla radiografia socioeconômica do país, começou a ser feita apenas em agosto, com atraso. Estava prevista para ser concluída em outubro, mas foi sendo prorrogada. A principal dificuldade, reconhecida pelo IBGE, é a escassez de recenseadores, mas há também obstáculos como a recusa dos domicílios de renda mais alta em recebê-los.
— Estamos chegando ao final. A luz no fim do túnel já está dada. Estamos nos 35 minutos do segundo tempo sem prorrogação. Ainda há áreas para cobrir. Temos que acelerar, já que o mês de janeiro é um mês de férias. Vamos nos patrulhar para não perder o mês. Entre o Natal e o Ano Novo, a produção cai - reconheceu o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto.
De acordo com Azeredo, o IBGE vai entregar os dados do Censo 2022 amanhã, às 10h, ao Tribunal de Contas da União (TCU). E o TCU publicará os dados no Diário Oficial no dia seguinte. Havia receio de que essa entrega fosse adiada.
— O IBGE está buscando entregar uma população mais atualizada. Entretanto, a gente não tem o dado ainda concluído do Censo. Temos um quantitativo de municípios já bem avançado. Mas tem uma parte que não está concluída. Então, o IBGE, hoje à tarde, vai tomar a decisão junto com a comissão consultiva do Censo qual o dado que será entregue. Se a estimativa de população ou a estimativa calculada com base na coleta de dados do Censo.
Todos os anos, mesmo quando não há Censo, o IBGE repassa dados ao governo federal de estimativa populacional. Além de necessários para a condução de políticas públicas, como vacinação, essas informações são importantes para o rateio dos recursos do Fundo de Participação de Municípios (FPM) e Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Segundo Azeredo, são aproximadamente 4.052 municípios com 99% da coleta feita atualmente. Em cerca de 11 municípios, esse índice está abaixo de 80%. Os municípios que estão menos avançado são os maiores, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro:
— São cidades maiores. Elas não estão naquela relação dos municípios com menos de 170 mil (habitantes) que vão perder ou ganhar na escala do Fundo de Participação dos Municípios. Mas é importante que a gente tenha o dado completo e preciso.
A estimativa de população dos últimos anos foi baseada no Censo de 2010.