Centenas de famílias se deslocam de forma caótica para zona mais segura de Gaza
Movimento em massa de civis é feito por uma única estrada após ordem de retirada de Israel
A pé, em motos e caminhões, com vacas e camelos, de carro, centenas de pessoas deixaram o norte de Gaza, nesta sexta-feira (13), depois que Israel ordenou a retirada de 1,1 milhão de pessoas para o sul da cidade.
O movimento em massa de civis é caótico e extremamente perigoso, já que existe apenas uma estrada principal em uma das regiões mais densamente povoadas da cidade. O combustível é escasso, as ruas da Cidade de Gaza estão cheias de escombros e ainda não há sinais de que os ataques aéreos israelenses tenham sido interrompidos.
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A ordem de retirada inclui toda a cidade de Gaza e dois grandes campos de refugiados, Jabalya e Beach. Também inclui as cidades de Beit Hanoun e Beit Lahia, ambas adjacentes ao principal ponto de passagem de Erez, no extremo norte da Faixa de Gaza.
Nesta sexta, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse que os militares estão cientes de que a retirada levará algum tempo.
— Esta é uma zona de guerra, estamos tentando lhes dar tempo e entendemos que não levará 24 horas — disse à BBC.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, comparou o deslocamento em massa de civis ao exílio de 1948. “Esta seria uma segunda Nakba (catástrofe em árabe) para o nosso povo”, disse Abbas em um comunicado publicado pela agência oficial de notícias palestina Wafa.
O Hamas, por sua vez, rejeitou a ordem de retirada de civis, antes de uma possível incursão terrestre do exército no enclave palestino.
“Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e seus apelos para que deixem suas casas e fujam para o sul ou para o Egito”, afirmou o grupo terrorista em comunicado.