Centenas de pessoas se manifestam em Bagdá contra profanação do Alcorão na Suécia
Protestantes queimaram bandeiras LGBTQIA+, motivados pelo líder religioso para provocar os ocidentais e denunciar a "dupla moral"
Convocadas pelo influente líder religioso iraquiano Moqtada Sadr, centenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira (21) em Bagdá contra a profanação do Alcorão na Suécia, um incidente que gerou uma grave crise diplomática entre os países.
Sob uma onda de guarda-sóis, exemplares do Alcorão, bandeiras iraquianas e fotos de Sadr, os manifestantes se reuniram em uma avenida no bairro de Madinet Sadr e entoaram "sim, sim ao Islã", "sim, sim ao Alcorão" e "sim, sim ao Iraque", relatou um correspondente da AFP.
Os protestantes ainda queimaram bandeiras LGBTQIA+, motivados pelo líder religioso para provocar os ocidentais e denunciar a "dupla moral" que consiste, segundo ele, em defender as minorias e ao mesmo tempo autorizar a profanação do Alcorão, como ocorreu na Suécia.
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"Com essa manifestação queremos fazer nossa voz chegar à ONU, para obter a penalização de toda profanação dos livros sagrados, do Islã, Cristianismo e Judaísmo", afirmou Amer Shemal, uma autoridade local.
Outros protestos em Estocolmo já haviam sido protagonizados pelo refugiado iraquiano Salwan Momika. O primeiro, no final de junho, e o último, nesta quinta-feira (20). Na ocasião mais recente, ele pisou e rasgou um exemplar do livro sagrado, mas se absteve de queimá-lo, como disse que faria.
A polícia sueca autorizou a manifestação em nome da liberdade de reunião, mas enfatizou que isso não significa que aprovem os atos de Momika.
Os incidentes provocaram uma grave crise diplomática entre Suécia e Iraque, que expulsou a embaixadora do país nórdico. Em duas ocasiões, os seguidores de Sadr invadiram a embaixada sueca em Badgá, que foi incendiada nesta quinta-feira.