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COREIA DO SUL

Centenas de sul-coreanos se reúnem para proteger o presidente destituído

Na noite de 3 de dezembro, Yoon declarou a lei marcial e enviou o Exército à Assembleia Nacional, mergulhando a democracia sul-coreana na sua pior crise em décadas

Um defensor do presidente da Coreia do Sul acusado de impeachment, Yoon Suk Yeol, segura um pôster com uma foto de Yoon com o texto que diz "A liberdade não é de graça", durante um comício perto de sua residência em Seul, em 8 de janeiro de 2025Um defensor do presidente da Coreia do Sul acusado de impeachment, Yoon Suk Yeol, segura um pôster com uma foto de Yoon com o texto que diz "A liberdade não é de graça", durante um comício perto de sua residência em Seul, em 8 de janeiro de 2025 - Foto: Anthony Wallace/AFP

Centenas de apoiadores do presidente sul-coreano suspenso, Yoon Suk Yeol, concentraram-se em frente à sua residência em Seul nesta quarta-feira (8) para tentar protegê-lo após a emissão de um segundo mandado de prisão.

Acusado de insurreição depois de declarar brevemente a lei marcial no início de dezembro, Yoon ignorou intimações de interrogatório e resistiu a uma tentativa de prisão na semana passada.

Em sua residência em Seul, o líder conservador conseguiu evitar a prisão graças à lealdade de cerca de 200 membros armados do seu serviço de segurança que impediram a passagem de policiais e agentes anticorrupção.

A equipe responsável pelo caso obteve um novo mandado de prisão na terça-feira, depois que o original expirou, o que levou centenas de apoiadores de Yoon a se reunirem em frente à sua residência para protegê-lo.

"Um grande número de pessoas se uniu a nós. Apesar do frio, muitos ficaram a noite toda", disse Lee Hye-sook, um homem de 57 anos.

Alguns dos manifestantes deixaram flores e fitas em frente à residência com slogans que lembram o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, como "Make Korea Great Again".

Na noite de 3 de dezembro, Yoon declarou a lei marcial e enviou o Exército à Assembleia Nacional, mergulhando a democracia sul-coreana na sua pior crise em décadas.

Embora tenha revogado a medida horas depois, foi suspenso do cargo devido a uma moção de impeachment aprovada no Parlamento, analisada pelo Tribunal Constitucional que a ratificará ou rejeitará.

Alvo dos investigadores, Yoon pode se tornar o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser preso.

A equipe jurídica do presidente garantiu nesta quarta-feira que ele permanece em sua residência, embora na véspera os investigadores tenham levantado dúvidas sobre seu paradeiro.

"Ontem à noite, visitei pessoalmente a residência oficial, onde me encontrei com o presidente e saí", disse seu advogado, Yoon Kap-keun.

Um jornalista da AFP observou que os serviços de segurança do presidente colocaram arame farpado em torno da casa e bloquearam as vias de acesso à residência com veículos.

O julgamento de impeachment no Tribunal Constitucional também avança e começará em 14 de janeiro, independentemente de Yoon comparecer ou não.

Seu advogado reiterou na quarta-feira que o presidente pretende comparecer, mas alertou que "problemas relacionados à segurança devem ser resolvidos antecipadamente".

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