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SÉRVIA

Centenas vão às ruas na Sérvia contra indulto de condenados por assassinato de jornalista

Slavko Curuvija foi morto a tiros na frente de sua casa em Belgrado, em 11 de abril de 1999

Manifestantes seguram retratos do jornalista Slavko Curuvija, reunidos em Belgrado, em 5 de fevereiro de 2024Manifestantes seguram retratos do jornalista Slavko Curuvija, reunidos em Belgrado, em 5 de fevereiro de 2024 - Foto: Andrej Isakovic/AFP

Centenas de pessoas protestaram nas ruas da capital sérvia, Belgrado, nesta segunda-feira (5), contra uma decisão de recurso que absolve quatro ex-agentes dos serviços de Inteligência, condenados em primeira instância pelo homicídio, em 1999, de um jornalista muito crítico do governo.

Slavko Curuvija, proprietário e editor-chefe de dois jornais independentes, foi uma das vozes críticas mais influentes na Sérvia na década de 1990. Foi morto a tiros na frente de sua casa em Belgrado, em 11 de abril de 1999.

À época, a Sérvia estava sob as bombas da Otan, no âmbito de uma operação em resposta à brutal repressão que o regime de Milosevic exerceu contra a rebelião separatista dos albaneses do Kosovo.

O ex-chefe dos serviços de Inteligência Radomir Marković e outro funcionário de alto escalão do mesmo órgão, Milan Radonjić, foram condenados a 30 anos de prisão. Outros dois membros proeminentes dos serviços de segurança, Ratko Romić e Miroslav Kurak, foram condenados a 20 anos de prisão cada.

Os quatro foram absolvidos em 2 de fevereiro, em uma sentença muito criticada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), pela oposição sérvia, pela comunidade internacional e por diversas associações de defesa dos direitos dos jornalistas.

Na segunda-feira, várias centenas de pessoas fizeram 25 minutos de silêncio para denunciar "25 anos sem justiça".

O indulto "é uma mensagem do Estado para os jornalistas, dizendo-lhes que não estão protegidos", reagiu o presidente da Associação Independente de Jornalistas da Sérvia, Zeljko Bodrozic.

"E o que os cidadãos deveriam ver é que eles próprios não estarão protegidos, se os jornalistas não estiverem", completou.

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