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Saúde

Central de Transplantes do Estado possibilita primeira doação múltipla de órgãos no HCP

Atualmente 3.360 pessoas aguardam por um órgão/tecido no Estado

Central de Transplantes de Pernambuco viabiliza doação de órgãos no Hospital do Câncer de PernambucoCentral de Transplantes de Pernambuco viabiliza doação de órgãos no Hospital do Câncer de Pernambuco - Foto: Divulgação

A Central de Transplantes de Pernambuco viabilizou a doação de dois rins, fígado e duas córneas, na madrugada desta terça-feira (7), no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), localizado em Santo Amaro, região central do Recife. O Hospital é especializado no atendimento de pacientes oncológicos, no Estado, e um dos responsáveis pelas doações de córneas em Pernambuco, motivado principalmente pelo perfil dos pacientes acompanhados pelo serviço. A doação múltipla foi possível por meio da avaliação médica e da Central de Transplantes de Pernambuco, que na ocasião oportunizaram o mapeamento de outros órgãos para doação, além das córneas.

“O transplante altera completamente o rumo da vida das pessoas que aguardam por um órgão. Muitas vezes, o transplante traz uma qualidade de vida para essas pessoas, como no caso daquelas que fazem hemodiálise, que esperam por um rim, por uma córnea e fazem a diferença no caso daquelas que aguardam por um fígado, um coração. O transplante se torna a diferença entre a vida e a morte. Muitas vezes esse ato de altruísmo e generosidade de uma família enlutada, que acabou de perder seu ente querido, se torna um processo que vem da sociedade e retorna para sociedade. Então é muito importante que o cidadão tenha essa consciência de falar, de verbalizar em vida o desejo de ser um doador de órgãos, porque a família respeita muito essa decisão”, destaca a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Melissa Moura.

A doadora em questão era acompanhada pelo HCP devido a um câncer intracraniano de base cerebral benigno. Após a piora do quadro clínico, a equipe médica realizou os protocolos de acompanhamento e constatação da morte encefálica (ME). Este protocolo deve ser realizado por médicos com capacitação específica, que monitoram o paciente por meio de exames neurológicos, de imagem, clínicos e laboratoriais, juntamente com a equipe da Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott). Ao Cihdott, cabe  abordar a família visando o esclarecimento de dúvidas e realizando a sensibilização sobre a doação de órgãos. A Lei dos Transplantes, vale o reforço, estabelece que a doação só pode ocorrer após o consentimento familiar.

“O Hospital de Câncer de Pernambuco é referência na captação de córneas no estado. Pelo que temos conhecimento, é a primeira vez na história da instituição que foi possível realizar a captação múltipla de órgãos em paciente com tumor cerebral, devido à particularidade do caso. Mostra a importância da atuação do CIHDOTT em parceria com a Central de Transplantes de Pernambuco”, frisou o coordenador médico do CIHDOTT no Hospital de Câncer, Rogério Assunção.

Transplantes em Pernambuco

De janeiro a março deste ano, 343 órgãos e tecidos foram doados em Pernambuco. Destaque para a doação de córneas com 158, seguido de medula óssea (74), rim (73) e fígado (26). Em relação à lista de espera, atualmente, 3.360 pessoas aguardam por um órgão/tecido no Estado. O maior quantitativo é para rim (1.756), seguido de córnea (1.380) e fígado (150).    

Em todo o ano de 2023, foram realizados 1.531 transplantes em Pernambuco. Este número representou um aumento de 11,3% em relação ao ano de 2022 (1.376 procedimentos).

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