CEO admitiu ter 'quebrado regras' para fazer submarino de expedição ao Titanic
Stockton Rush é um dos cinco passageiros de submersível que desapareceu a caminho dos destroços do transatlântico
O CEO da OceanGate, Stockton Rush, admitiu ter quebrado "algumas regras" para construir e colocar em operação o submarino que desapareceu no Atlântico com ele e outras quatro pessoas a bordo, no domingo. O empresário fez um tour pelas estruturas do submersível com o ator mexicano, Alan Estrada, que publicou a entrevista em seu canal no YouTube, há um ano.
A intensa operação de busca do submersível Titan, que desapareceu quando se dirigia para os destroços do Titanic no Atlântico Norte, entra esta quinta-feira numa fase crítica, à medida que as reservas de oxigênio para a tripulação vão se esgotando. Em outra entrevista, o CEO disse que, a partir de um certo ponto, "segurança é desperdício". E, durante a conversa com Estrada, ao exibir as tecnologias empregadas no Titan, Rush afirmou que gostaria de ser lembrado como um "inovador".
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— Gostaria de ser lembrado como um inovador. Acho que foi o general McArthur que disse: você será lembrado pelas regras que você quebrou. Eu quebrei regras ao fazer isto, eu acho que as quebrei com lógica e boa engenharia de suporte. Misturar fibra de carbono e titânio é uma regra que você não quebra, mas eu quebrei. É escolher que as regras que você quebre adicionem valor para os outros e para a sociedade, e acho que isso tudo tem a ver com inovação. Não é invenção — ressaltou o CEO, para quem uma inovação é uma invenção "que passa a ser aceita amplamente".
Veja a conversa de Alan Estrada com Stockton Rush a partir do minuto 18 do vídeo abaixo.
Na conversa, Rush mostra a Estrada, por exemplo, a mistura de fibra de carbono e titânio que compõe a estrutura total da nave aquática. Também dá detalhes sobre a única janela que permite a visão direta do oceano para quem está dentro do oceano.
— É acrílico, flexiglass, com sete polegadas de espessura. É grande, pesa 80 libras (176 kg). Quando a gente se aproximar do Titanic vai se encolher, vai se deformar. Antes de quebrar ou dar falha, começa a crepitar e você recebe uma enorme advertência se for falhar — explicou Rush.
Ao ator Alan Estrada, Rush disse que a exploração oceanográfica deveria ser pensada como a exploração espacial. Para ele, o futuro da humanidade seria subaquático.
— É aqui onde nós vamos encontrar as estranhas novas formas de vida. O futuro da humanidade é subaquático; não está em Marte. A gente não vai ter uma base em Marte ou na Lua. Vamos tentar, vamos desperdiçar muito dinheiro, mas vamos ter sim uma base subaquática. Quando o sol se extinguir, ainda vai ter essas formas de vida lá embaixo vivendo — destacou o CEO.