Cerca de 90 guardas são feitos reféns após rebelião no Equador
As autoridades "dialogam com os porta-vozes dos centros de detenção para conhecer as razões da greve", escreveu o órgão que administra as prisões no país
O órgão que administra as prisões no Equador (SNAI) informou, nesta segunda-feira (24), que pelo menos 90 agentes penitenciários estão sendo mantidos como reféns em cadeias locais após um violento confronto entre detentos que, no domingo, deixou seis mortos na penitenciária de Guayaquil.
"Até agora, informa-se ao redor de 90 Agentes de Segurança Penitenciária detidos nos Centros de Privação de Liberdade Cotopaxi Nº1, Azuay Nº1, Cañar Nº2, El Oro Nº1 e Napo N°1", informou o SNAI à imprensa em seu canal de transmissão no Whatsapp. Os guardas se encontram em "bom estado", acrescentou.
Além disso, a pasta apontou que presos de 13 cadeias do país entraram em greve de fome em centros das províncias andinas de Imbabura, Chimborazo, Tungurahua, Azuay, Cañar, Loja e Cotopaxi, assim como das litorâneas de El Oro e Guayas e da amazônica Napo.
Até domingo, os detentos mantinham a greve em dez dos 36 centros penintenciários do país, incluindo a penitenciária de Guayaquil, também chamada Guayas 1.
As autoridades "dialogam com os porta-vozes dos centros de detenção para conhecer as razões da greve", escreveu o SNAI.
A greve de fome começou após os presos tomarem conhecimento de uma nova e trágica rebelião na penitenciária Guayaquil.
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No domingo, seis presos foram assassinados nessa prisão e onze ficaram feridos em confrontos entre facções rivais que disputam o controle das cadeias e territórios para a venda de drogas.
Desde fevereiro de 2021, houve uma dezena de fortes incidentes carcerários que tiraram a vida de mais de 420 detentos. Esses confrontos de presidiários no Equador deixaram um rastro de corpos carbonizados, desmembrados e decapitados.
Um recente censo identificou que nas 36 prisões locais - com capacidade para aproximadamente 30 mil pessoas - há uma população de 31.321 presos, incluindo 3.245 estrangeiros. A maioria foi preso por narcotráfico.
Um comitê de pacificação criado pelo governo do presidente Guillermo Lasso classificou, no ano passado, as prisões equatorianas como "armazéns de seres humanos e centros de tortura".
Em 2021, foi registrado o recorde anual de apreensão de entorpecentes, aproximadamente 210 toneladas.
O Equador, localizado entre a Colômbia e o Peru - os principais produtores mundiais de cocaína -, já apreendeu 455 toneladas de drogas desde que Lasso assumiu, em maio de 2021.