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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Cessar-fogo entre Israel e Hamas: quem são os reféns que ainda permanecem em Gaza?

Na primeira fase do acordo é esperado o retorno de 33 reféns vivos em troca de prisioneiros palestinos

Manifestantes fazem ato em Tel Aviv para pedir retorno de reféns sequestrados pelo HamasManifestantes fazem ato em Tel Aviv para pedir retorno de reféns sequestrados pelo Hamas - Foto: Ahmad Gharabli / AFP

Depois do anúncio nessa quarta-feira (15) de um acordo de trégua entre Israel e Hamas, o destino dos 60 reféns que supostamente estão vivos e permanecem em Gaza há mais de 15 meses continua sendo incerto.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani; e o presidente americano, Joe Biden, ofereceram detalhes do acordo, que permitirá, em sua primeira fase, o retorno de 33 reféns vivos em troca de prisioneiros palestinos.

Os outros reféns vivos deverão ser libertados em uma hipotética segunda fase e os corpos dos reféns mortos serão repatriados em uma terceira fase, disse Biden.

48 homens, 10 mulheres e 2 crianças
Em 7 de outubro de 2023, no ataque sem precedentes do Hamas contra o Sul de Israel, os combatentes do movimento islamista levaram para Gaza 251 pessoas, algumas já mortas.

Delas, 117 foram libertadas (principalmente mulheres, crianças e trabalhadores estrangeiros) durante a única trégua deste conflito, de uma semana entre novembro e dezembro de 2023. Também foram repatriados cerca de 40 corpos.



Até este 15 de janeiro, o Exército israelense estimava que 94 pessoas permaneciam nas mãos do Hamas, mas dava 34 delas como mortas.

Entre os reféns supostamente vivos, 53 são israelenses (pelo menos 22 com dupla nacionalidade), seis tailandeses e um nepalês.

São 48 homens, dez mulheres e duas crianças - os irmãos Kfir e Ariel, sequestrados com oito meses e quatro anos junto com seus pais Shiri e Yarden Bibas. Segundo o Exército, toda a família segue com vida.

Além disso, dez dos cativos são soldados, cinco homens e cinco mulheres.

Anúncios de mortos
Desde o fim da única trégua desta guerra, em 1º de dezembro de 2023, apenas sete reféns foram libertados em operações do Exército israelense. O último foi Kaid Farhan Alkadi, resgatado em 27 de agosto no Sul de Gaza.

Não é certo que os 60 reféns considerados vivos realmente estejam vivos.

O Hamas e seus aliados da Jihad Islâmica anunciavam regularmente a morte de reféns, que Israel não confirmava. Um desses casos é o dos irmãos Bibas e de sua mãe.

Recentemente, os dois grupos islamistas ofereceram provas de vida em vídeo dos reféns Matan Zangauker (25 anos), Edan Alexander (20), Sacha Trupanov (29) e Liri Albag (19).

Corpos levados para Gaza
Uma parte dos reféns já estava morta quando foram levados a Gaza em 7 de outubro de 2023, assassinados durante o ataque do Hamas. É o caso, por exemplo, de 11 soldados.

Pelo menos outros 30 reféns morreram em Gaza. Três deles -- Yotam Haïm (28 anos), Samer al-Talalqa (25) e Alon Lulu Shamriz (26) -- foram mortos por erro do Exército israelense, em 15 de dezembro de 2023.

O Exército israelense acusa o Hamas de ter executado outros seis no fim de agosto: Hersh Goldberg-Polin, Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino, encontrados por seus soldados em um túnel de Gaza com disparos "à queima-roupa".

Nir Oz e Tribe of Nova
A maioria dos reféns que se acredita estarem vivos foi sequestrada no festival de música Tribe of Nova (16) e no kibutz Nir Oz (20).

A rave, da qual participavam mais de 3 mil pessoas, acontecia perto do kibutz Reim, não muito longe da fronteira com a Faixa de Gaza.

No total, 370 pessoas foram assassinadas nesse local pelos comandos islamistas e pelo menos 43 foram sequestradas. Apenas nove foram libertadas vivas até agora.

Nir Oz era o kibutz ao qual pertenciam a maior parte dos sequestrados até hoje. Foi o único onde houve mais reféns (pelo menos 74) do que mortos (mais de 40).

Famílias separadas
Em 7 de outubro de 2023, famílias inteiras foram levadas para Gaza. Para essas, a trégua de novembro supôs uma mistura de alívio, pelos reféns libertados, e de sofrimento, por alguns membros deixados para trás.

Foi o caso dos adolescentes franco-israelenses Eitan Yahalomi, cujo pai Ohad segue cativo, e os irmãos Erez e Sahar Kalderon, também com o pai Ofer ainda em poder dos sequestradores.

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