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Caso CFC Baby: em nota, colégio diz que vai "rever protocolos" de segurança das crianças

Uma menina de 1 ano e dois meses foi agredida por outra criança em berçário no Recife

Caso aconteceu no CFC Baby, do Colégio Fazer Crescer, localizado na Zona Norte do RecifeCaso aconteceu no CFC Baby, do Colégio Fazer Crescer, localizado na Zona Norte do Recife - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

O CFC Baby, do Colégio Fazer Crescer, localizado na Zona Norte do Recife, publicou uma nota destacando que pretende “rever os protocolos de segurança” das crianças que ficam no berçário. O local foi acusado de omissão no episódio de uma menina de 1 ano e dois meses que foi agredida por outra criança com arranhões e mordidas. A Polícia Civil de Pernambuco investiga o caso como lesão corporal.

Confira a nota abaixo:

O CFC Baby sempre atuou com responsabilidade, compromisso e atenção e, desde a ocorrência do fato, no dia 25 de setembro, vem se disponibilizando a apoiar as famílias envolvidas. Houve duas tentativas de contato com o pai da criança que foi atingida, e um com a mãe, e não tivemos retorno. Mas entendemos que o momento realmente é delicado e optamos por aguardar, não deixando de ficar à disposição. 

Esclarecemos ainda que, assim que ocorreu o fato, a equipe atendeu primeiramente as duas crianças e, na sequência, chamou as mães. O berçário não levou a criança ao hospital, como é procedimento em casos mais graves, pois se tratavam de arranhões e mordidas. Após o ocorrido, e enquanto a mãe se dirigia ao berçário, a criança foi cuidada, tomou banho, se acalmou e almoçou. Quando a mãe chegou, a filha estava calma e sem chorar.

O berçário informa ainda que as duas crianças não saíram da sala do soninho, como foi relatado em reportagem. Mas apenas do cercadinho que fica dentro da sala, que separa a área dos colchões da área de brincadeira.

Também foram revistos protocolos e rotinas para elevar ainda mais os níveis de monitoramento e segurança das crianças. 

O CFC Baby também está contribuindo com as investigações e, um dia depois do solicitado, entregou as imagens do circuito interno de câmeras para os devidos esclarecimentos. 

Entenda

O caso aconteceu na última quarta-feira (25), mas foi divulgado apenas no domingo (29). A vítima teria sido deixada sozinha com a outra criança, dormindo, sem supervisão da berçarista, que também teria esquecido de ligar a babá eletrônica ao sair do ambiente. Foi nesse momento que a agressão ocorreu. 

"Foi completa omissão do colégio. Vou desmatricular ela de lá. Minha filha jamais vai pisar nesse colégio", afirmou a mãe, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Ainda de acordo com a mãe, a filha ficou com ferimentos nas bochechas, olho, cabeça, queixo, boca, mãos e joelho.

De lá para cá, no entanto, ela já está se recuperando fisicamente. "As lesões que ela sofreu já estão cicatrizando. Toda a rouxidão no rosto dela também está começando a sarar, e, fisicamente, ela está ficando melhor", explicou.

Apesar da melhora física, no entanto, o principal desafio agora é lidar com o impacto emocional da situação. Segundo a mãe, a filha está apresentando "comportamentos fora do comum" desde o episódio.

"O tempo todo ela está querendo colo, está me procurando bastante. Teve também um episódio de crise de choro, quando ela começou a chorar copiosamente, sem motivo aparente, e nada a consolava. Consultei a pediatra dela, que recomendou que eu deveria dar um remédio para dor que havia sido receitado, e que a crise poderia ter vindo disso. Quando ministrei o remédio, ela foi se acalmando. Agora ela também só dorme se agarrando em mim, segurando no meu pescoço", explicou.

Por ser ainda muito jovem, é difícil que a criança consiga expressar verbalmente o que sente. A família, no entanto, já está consultando psicólogos para "entender melhor a situação, e, a partir daí, tomar as medidas cabíbeis", como explicou a mãe.

"Falta de apoio" do colégio
Ainda segundo a mãe da vítima, o CFC Baby não estaria prestando apoio à família durante esse período. Os familiares também chamam atenção para as despesas médicas no tratamento da vítima.

"O colégio em nenhum momento me procurou. Cheguei a ler em uma matéria que buscaram o colégio para saber o estado de saúde da minha filha, e eles não souberam informar. O colégio não sabe nem o estado de saúde da minha filha porque eles não estão prestando apoio algum para nós", começou.

"O único momento que chegaram a falar com a gente foi no dia do ocorrido. Eles mandaram mensagem para o meu marido, o que é fora do comum, porque geralmente só falam comigo, e disseram que lamentavam o ocorrido, O colégio disse que se quiséssemos discutir a situação, deveríamos procurá-los, mas, de lá para cá, não houve mais contato. Nem despesas médicas eles se ofereceram para arcar, nada", completou a familiar.

O caso foi levado para o Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), por meio de um Boletim de Ocorrência. A Polícia Civil, por meio de nota, afirmou que "as investigações foram iniciadas e seguem em andamento até a completa elucidação do caso". A vítima também chegou a realizar uma perícia traumatológica.

A família fez ainda uma denúncia contra a instituição de ensino no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Folha de Pernambuco buscou o órgão para saber como anda o processo, mas, até a última atualização da matéria, não recebeu retorno. Ainda assim, como a vítima é menor de 18 anos, muitas informações devem permanecer em sigilo.

A mãe da criança informou para a reportagem que agora tenta formalizar uma denúncia na Secretaria Municipal de Educação contra a instituição, mas que, até o momento, não obteve sucesso.

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