Venezuela

Chavismo descarta negociar com oposição fora da Venezuela

Delegações do governo e da oposição se reuniram ontem, paralelamente a um processo de consulta convocado pelo Parlamento

Bandeira da VenezuelaBandeira da Venezuela - Foto: Reprodução/Internet

O chavismo, no poder na Venezuela, anunciou nesta terça-feira (20) que passará a se reunir com a oposição apenas no país, e não mais no exterior, dentro do processo de diálogo mediado pela Noruega antes das eleições presidenciais.

Delegações do governo e da oposição se reuniram ontem, paralelamente a um processo de consulta convocado pelo Parlamento, de maioria chavista, para elaborar uma proposta de calendário eleitoral.

A coalizão Plataforma Unitária participou do encontro sob a condição de que estivesse presente o mediador, e criticou o fato de a reunião ter ocorrido em Caracas, e não no exterior, onde "pode haver uma discussão sincera, livre e sem manipulação de nenhuma das partes", manifestou o líder da delegação opositora, Gerardo Blyde.

"Isso é mentira!", disparou Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e da comissão governista. "Durante oito meses, nós nos reunimos em pelo menos 14 ocasiões na cidade de Caracas. Fomos a outras cidades para assinar os acordos, essas cidades serviram como uma espécie de cartório ou registro. O que quiserem assinar, vamos fazê-lo aqui em Caracas ou em qualquer outra cidade do país."

A negociação começou em agosto de 2021, com a assinatura de um memorando de entendimento que estabeleceu a Cidade do México como sede do processo. No entanto, o último acordo foi assinado em Barbados, em outubro passado.

"Não estamos neste processo para fazer uma diatribe de microfones", disse Gerardo Blyde ontem. "Isso não é bom para o processo de negociação. Por isso é que tem que ser secreto, reservado, por isso é que tem que ser fora."

As eleições presidenciais deste ano ainda não têm data para acontecer. Apenas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pode convocá-las, mas Jorge Rodríguez promoveu uma consulta com políticos distantes da oposição tradicional, empresários, acadêmicos e sindicatos, a fim de elaborar uma proposta para a apreciação do CNE, de linha governista.

"Queremos fazer uma convocação formal a todos os setores da vida política e social" para assinarem o documento "com todas as propostas de calendário e princípios eleitorais", disse Rodríguez, que estendeu o convite à Plataforma Unitária.

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