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Guerra na Ucrânia

Chefe da diplomacia dos EUA diz que Rússia cometeu crimes de guerra na Ucrânia

Antony Blinken acusa Rússia de não fazer "esforços significativos" na frente diplomática

chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinkenchefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken - Foto: Saul Loeb / Pool / AFP

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, estimou, nesta quinta-feira (17), que os ataques russos contra civis na Ucrânia constituem crimes de guerra, e acusou Moscou de não fazer "esforços significativos" na frente diplomática.

"Apontar intencionalmente contra civis é um crime de guerra. Depois de toda a destruição das últimas semanas, é difícil para mim concluir que os russos estão fazendo o contrário", disse Blinken durante uma coletiva de imprensa, na qual esclareceu que o processo legal para uma acusação formal ainda estava em curso.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou ontem o presidente russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra", acusação que Moscou classificou de "inaceitável e imperdoável".

"Ontem, o presidente Biden disse que, para ele, crimes de guerra haviam sido cometidos na Ucrânia. Pessoalmente, eu concordo", disse Blinken. "Nossos especialistas estão documentando e analisando possíveis crimes de guerra cometidos na Ucrânia", acrescentou, prometendo compartilhar o fruto desse trabalho com investigações internacionais destinadas a encontrar "responsáveis". 

Questionado sobre as negociações entre Rússia e Ucrânia, que seguem paralelamente ao conflito, o secretário de Estado não escondeu seu ceticismo. "Por um lado, parabenizamos a Ucrânia por estar na mesa de negociações, apesar de estar sob bombardeio a cada minuto do dia", disse. "Ao mesmo tempo, não vi nenhum esforço significativo da Rússia para pôr fim a essa guerra por meio da diplomacia."

Após uma reunião em Roma entre representantes dos EUA e da China, e na véspera de um telefonema entre o presidente Biden e seu par chinês, Xi Jinping, Blinken elevou significativamente o tom sobre Pequim: "Preocupa-nos que estejam planejando ajudar diretamente a Rússia com equipamento militar que seria usado na Ucrânia. O presidente Biden falará com o presidente Xi amanhã e deixará claro que a China assumirá a responsabilidade por qualquer ação para apoiar a agressão da Rússia."

Blinken reiterou que a China tem "a responsabilidade de usar sua influência junto ao presidente Putin e defender as regras e os princípios internacionais que diz defender. Mas ao contrário, parece que a China vai na direção contrária ao se negar a condenar essa agressão, enquanto insiste em se apresentar como um árbitro neutro", lamentou.

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