Chefe da ONU alerta sobre risco de transformar Líbano em 'outra Gaza'
trocas de disparos na fronteira se intensificaram nas últimas semanas
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou, neste domingo (22), sobre o risco de transformar o Líbano em "outra Gaza" por causa da escalada das hostilidades entre Israel e o grupo libanês Hezbollah.
Em declarações à CNN pouco antes da reunião anual de líderes mundiais na ONU, Guterres também colocou em dúvida as chances de um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas após quase um ano de guerra.
"Para mim, está claro que ambas as partes não estão interessadas em um cessar-fogo. E isso é uma tragédia, porque essa é uma guerra que deve terminar", disse Guterres.
Leia também
• 'Escalada' militar não é o melhor para Israel, alerta EUA
• Hezbollah dispara mais de 100 mísseis contra o norte de Israel
• Presidente de Israel nega envolvimento de país com explosão de pagers no Líbano
"Nem o governo de Israel nem o Hamas querem realmente o cessar-fogo", comentou.
Após uma intensificação da batalha entre Israel e Hezbollah libanês essa semana, Guterres alertou sobre a "possibilidade de transformar o Líbano em outra Gaza".
Os combatentes do Hezbollah estão há quase um ano trocando disparos na fronteira com Israel em apoio declarado ao seu aliado palestino Hamas, cujo ataque de 7 de outubro contra Israel desencadeou a atual guerra em Gaza.
Mas as trocas de disparos na fronteira se intensificaram nas últimas semanas.
Na sexta-feira, Israel atacou os subúrbios do sul da capital libanesa, matando pelo menos 16 membros do Hezbollah, entre eles um alto comandante militar.
O ministério da Saúde libanês apontou em 45 o número de mortos, incluindo civis.
Israel e Hezbollah trocaram intensos disparos durante o fim de semana, o que levantou temores sobre uma guerra total.
O número dois do Hezbollah, Naim Qassem, declarou neste domingo que o grupo entrou em uma "nova fase" em sua batalha contra Israel, e disse que estão "preparados para todos os cenários militares".
Veja também
Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
