Chefe da ONU lamenta obstáculos a eleições na Venezuela
O porta-voz referiu-se em particular ao acordo assinado em Barbados entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, “lamenta qualquer acontecimento que possa dificultar” o processo eleitoral na Venezuela, após a prisão de dois colaboradores da opositora María Corina Machado, declarou seu porta-voz nesta quinta-feira (21).
Guterres “lembra a necessidade de garantir o direito de votar e de ser eleito por meio de eleições periódicas autênticas”, e reitera seu apelo para que “se cumpram de boa-fé os acordos" com os quais a Venezuela se comprometeu, disse Farhan Haq.
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O porta-voz referiu-se em particular ao acordo assinado em Barbados entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição para rever a inabilitação de líderes opositores, em uma negociação mediada pela Noruega, na qual os Estados Unidos tiveram um papel importante.
Apesar da sua inabilitação, a líder da organização Vente Venezuela é a grande favorita nas pesquisas, que lhe dão até 72% de aceitação frente a Maduro, que busca o terceiro mandato.
A vice-presidente Delcy Rodríguez reagiu no X (antigo Twitter) à declaração do porta-voz de Guterres, lamentando que o mesmo "despreze as ameaças internas e externas contra o povo venezuelano. A Venezuela seguirá seu caminho em defesa da democracia, paz e felicidade do povo."
Sete colaboradores de María Corina foram presos nos últimos dias e o Ministério Público emitiu outros sete mandados de prisão.
O período de candidaturas para as eleições presidenciais começou hoje e vai até a próxima segunda-feira.