Chefe da ONU pede envio urgente de força internacional ao Haiti
Guterres defende que esta força atue de modo bilateral em cooperação com o governo do Haiti
O chefe da ONU pediu o envio urgente de uma força multinacional ao Haiti, formada por policiais e militares para combater as gangues armadas que assolam o país caribenho, em carta endereçada ao Conselho de Segurança divulgada nesta quarta-feira (16).
No documento de 12 páginas consultado pela AFP, o secretário-geral da ONU, António Guterres, insistiu em seu chamado “aos Estados-membros para que destaquem uma força multinacional não pertencente às Nações Unidas, composta por forças especiais de polícia e unidades militares de apoio”.
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Guterres defende que esta força atue de modo bilateral em cooperação com o governo do Haiti e conta com o aval do Conselho de Segurança.
“Para enfrentar a situação de segurança no Haiti, é preciso uma série de medidas coercitivas para fazer cumprir a lei, incluindo o uso ativo da força em operações policiais seletivas contra gangues fortemente armadas”, escreveu o secretário-geral.
Guterres e o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, há meses pedem intervenção internacional para apoiar a polícia local, sobrecarregada diante dos grupos criminosos que controlam 80% da capital, Porto Príncipe.
As gangues aterrorizam a população do país com sequestros, roubos à mão armada e estupros como arma de guerra.
No final de julho, o Quênia anunciou sua disposição em liderar essa força multinacional e enviar 1.000 policiais para "ajudar a treinar e auxiliar a polícia haitiana a restabelecer a normalidade no país e proteger instalações estratégicas".
Porém, essa proposta precisa da aprovação do Conselho de Segurança, embora essa força armada internacional não vá ficar sob a égide das Nações Unidas.
Após esse anúncio, os Estados Unidos, que presidem o Conselho de Segurança em agosto, se comprometeram a mobilizar recursos e apresentar "em um futuro próximo", juntamente com o Equador, uma resolução de autorização ao Conselho.
Além da insegurança, o pequeno país caribenho enfrenta uma grave crise humanitária, econômica e política, que se agravou em 2021 com o assassinato do presidente Jovenel Moise. Desde 2016 não são realizadas eleições.