Logo Folha de Pernambuco

INTERNACIONAL

Chefe de Governo alemão pede 'compromisso' para fechar acordo UE-Mercosul

O presidente do Brasil, Lula, disse que não desistirá do acordo comercial

O chanceler alemão, Olaf Scholz, concede entrevista coletiva conjunta na Chancelaria em BerlimO chanceler alemão, Olaf Scholz, concede entrevista coletiva conjunta na Chancelaria em Berlim - Foto: Michele Tantussi/AFP

O chanceler alemão, Olaf Scholz, instou todas as partes nesta segunda-feira (4) a encontrar uma maneira de fechar o acordo comercial há muito tempo negociado entre a União Europeia (UE) e o bloco sul-americano Mercosul.

"Peço a todos os envolvidos que sejam tão pragmáticos e dispostos quanto possível a chegar a um compromisso para que possamos terminar isto", declarou Scholz durante uma coletiva de imprensa em Berlim com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em referência ao pacto comercial.

Lula disse que não desistirá do acordo comercial e pediu à UE que decida se realmente tem interesse em selá-lo.

A UE e o Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – definiram as linhas gerais de um possível pacto de livre comércio em junho de 2019, após duas décadas de duras negociações, mas ainda não deram os retoques finais ao acordo.

A Comissão Europeia, que negocia em nome dos 27 países da UE, e o Brasil – que atualmente preside o Mercosul – demonstraram grandes esperanças de selar o acordo de forma definitiva em uma reunião no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro.

No entanto, neste fim de semana a França e depois a Argentina manifestaram as suas reservas sobre o pacto.

"Conversei com Macron" no fim de semana, disse Lula. "Não é apenas o Macron, foi o Sarkozy, Chirac, o nosso companheiro Hollande, nenhum deles se propôs fazer acordo com o Mercosul porque eles têm problemas políticos e financeiros com os produtores franceses", acrescentou.

No sábado, em Dubai, Emmanuel Macron classificou o acordo como "mal remendado", e disse que "não levava em consideração a biodiversidade ou o clima".

A Argentina, por sua vez, indicou no domingo que ainda não havia as condições para concluir o acordo.

Tanto o atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, como o seu ministro das Relações Exteriores, Santiago Cafiero, que deixarão o cargo em 10 de dezembro, afirmaram que a assinatura do acordo na sua versão atual ainda não pode ser contemplada.

Por outro lado, o futuro presidente argentino, Javier Milei, criticou o acordo com a UE durante sua campanha e ameaçou retirar-se do Mercosul.

O porta-voz da Comissão Europeia, Balazs Ujvari, declarou nesta segunda-feira em Bruxelas que a UE e o Mercosul ainda desejam concluir o acordo "o mais rápido possível".

"Houve progressos substanciais no último mês e ambos os lados estão empenhados em chegar a um acordo que aborde de forma eficaz as preocupações climáticas", disse Ujvari.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter