Chefe da diplomacia da UE defende o uso de ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia
Para a diplomata estoniana, esse é um "investimento" em "nossa própria segurança"
A nova chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, defendeu o uso de ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia em uma entrevista a vários jornais, incluindo o The Guardian, publicada nesta quinta-feira (12).
A autoridade estoniana, alta representante da UE para Relações Exteriores, enfatizou a importância do apoio europeu à Ucrânia, já que o presidente dos EUA, Donald Trump, insiste que pretende cortar a ajuda dos EUA à Ucrânia após assumir o cargo em janeiro.
“Se (os EUA) cortarem sua ajuda, devemos continuar a apoiar a Ucrânia, porque me preocupo com o que acontecerá se a Rússia vencer. Acho que teremos mais guerras, guerras maiores”, disse Kallas ao jornal britânico.
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Para a diplomata estoniana, esse é um “investimento” em “nossa própria segurança”.
Para Kallas, ex-primeira-ministra da Estônia conhecida por sua postura firme em relação ao governo de Moscou, os ativos russos congelados são “uma ferramenta para pressionar” o Kremlin.
Desde o início da invasão militar russa na Ucrânia em 2022, a UE congelou cerca de 210 bilhões de euros (1,3 trilhão de reais) em fundos russos em seu território, a grande maioria dos ativos da Rússia congelados em todo o mundo.
O bloco decidiu usar os juros sobre esses ativos congelados para ajudar a armar a Ucrânia e financiar sua reconstrução pós-guerra.
Mas, até o momento, a opção de confiscar a própria capital foi descartada, principalmente por motivos legais, embora, para o diplomata estoniano, esses fundos devam ajudar a pagar “todos os danos que a Rússia causou à Ucrânia”.