Notícias

Chefes de Estado se reunirão na ONU em meio a aumento de crises mundiais

Líderes de 130 países começarão a chegar a partir de domingo (22)

Sede da ONU em Nova YorkSede da ONU em Nova York - Foto: Angela Weiss / AFP

Leia também

• Chefes de Estado se reunirão na ONU em meio a aumento de crises mundiais

• Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU

• Premiê do Líbano pede ação da ONU contra 'guerra tecnológica' de Israel

Mais de 130 chefes de Estado e de Governo são esperados a partir de domingo (22) em Nova York para o grande encontro anual da ONU em um mundo em chamas devido às guerras na Faixa de Gaza, na Ucrânia e no Sudão, e diante das crises humanitárias que ameaçam a paz mundial.

"Do Oriente Médio ao Sudão, à Ucrânia ou em outras partes, vemos as balas e as bombas mutilarem e matarem, os corpos que se amontoam, populações estão traumatizadas, edifícios em ruínas", denunciou recentemente o secretário-geral António Guterres, anfitrião da semana de alto nível da ONU.

Apesar de seu receio de uma escalada regional da guerra em Gaza, do risco nuclear com a invasão russa na Ucrânia e das divisões das grandes potências, o mundo pode "evitar caminhar para uma terceira guerra mundial", disse Guterres.

Este encontro "não poderia ocorrer em um momento mais crítico", comentou a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, recordando uma longa lista de conflitos, violência e crises humanitárias que assolam Gaza, Ucrânia, Sudão, Haiti, Mianmar ou Venezuela.

"Diante de todos estes desafios, é fácil cair no cinismo, abandonar a esperança e renunciar à democracia, mas não podemos permitir isso", insistiu.

No entanto, é pouco provável que a reunião diplomática produza resultados concretos para os milhões de civis que pagam o elevado preço dos conflitos e das violações das liberdades fundamentais e das desigualdades.

Gaza, o conflito proeminente
Com a presença do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e do novo presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, "Gaza será o mais proeminente dos conflitos nos discursos", analisou Richard Gowan, do International Crisis Group.

O ataque sem precedentes dos comandos do Hamas em solo israelense em 7 de outubro de 2023, que matou 1.205 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP com base em números oficiais israelenses. A resposta militar de Israel deixou mais de 41.000 palestinos mortos, segundo ao Ministério da Saúde do governo do grupo islamista em Gaza.

Os temores de que o conflito se estenda ao Líbano foram amplificados após a série de explosões de dispositivos de comunicação em redutos do Hezbollah, milícia apoiada pelo Irã e aliada do Hamas, atribuídas a Israel.

As ausências mais notáveis, agora habituais, são as dos presidentes russo, chinês, cubano, mexicano e provavelmente venezuelano.

G20 aberto
A abertura da Assembleia Geral acontecerá na terça-feira (24), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguido por seu homólogo americano, Joe Biden.

Outros líderes também estarão presentes, como o espanhol Pedro Sánchez, o indiano Narendra Modi, ou o ucraniano Volodimir Zelensky.

A presença de representantes de todos os países em Nova York fomenta uma atividade frenética de reuniões bilaterais e setoriais para abordar questões de relevância internacional, enquanto as ONGs realizam reuniões paralelas para promover sua agenda, particularmente a climática.

Um dos encontros terá como foco a análise a situação da Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro foi proclamado reeleito nas eleições de 28 de julho, resultado que a oposição denunciou como fraude.

O Brasil e a Espanha, ao lado de outros 20 líderes, analisarão os riscos do extremismo e da desinformação para as democracias e a paz mundial.

Também será realizada pela primeira vez na história uma reunião do G20 em meio à cúpula das Nações Unidas. O encontro do grupo dos países mais desenvolvidos, presidido pelo Brasil, será aberto a todos os seus membros.

Entre as pautas da agenda estão a reforma do Conselho de Segurança para ampliar o número de membros e o fortalecimento do multilateralismo e da arquitetura financeira internacional para atender aos objetivos de desenvolvimento dos países e enfrentar as ameaças e desafios do século XXI, como a luta contra a mudança climática, o desarmamento ou o desenvolvimento da inteligência artificial.

Veja também

Julgamento do recurso sobre o acidente do voo Rio-Paris, em 2009, será realizado em setembro de 2025
JUSTIÇA

Julgamento do recurso sobre o acidente do voo Rio-Paris, em 2009, será realizado em setembro de 2025

Um terço dos contaminados com mpox no Burundi têm menos de cinco anos, diz ONU
ÁFRICA

Um terço dos contaminados com mpox no Burundi têm menos de cinco anos, diz ONU

Newsletter