Chefes de rede de tráfico de mulheres são presos em Colômbia e México
O grupo liderado pelos dois detidos se aproveitava principalmente de mulheres jovens de "regiões empobrecidas de Cali, Medellín e Bogotá"
Um cidadão cubano-mexicano que supostamente lidera uma rede de exploração de mulheres foi detido junto com seu principal comparsa em uma operação internacional contra o tráfico sexual na Colômbia e no México, informou a Interpol nesta sexta-feira (12).
"Ambos os suspeitos eram procurados pelo México e alvos de alertas vermelhos da Interpol", afirmou a organização em comunicado.
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Segundo o diretor da polícia colombiana, general William Salamanca, o suposto líder desta rede criminosa é Cristóbal Fernández Viamonte.
O homem foi capturado em Medellín, onde vivia "em uma mansão no bairro de El Poblado", o mais luxuoso da cidade, "e se deslocava em veículos blindados de alta classe", com um forte esquema de segurança, relatou Salamanca.
Seu comparsa foi capturado em Yucatán, no sudeste do México. Durante a operação, as autoridades resgataram oito vítimas, acrescentou a Interpol, sem fornecer mais detalhes.
O grupo liderado pelos dois detidos se aproveitava principalmente de mulheres jovens de "regiões empobrecidas de Cali, Medellín e Bogotá", as principais cidades da Colômbia.
Às vítimas eram oferecidos empregos como garçonete e aeromoça, mas, ao chegarem ao México, elas tinham seus passaportes confiscados e eram submetidas à exploração sexual, conforme relatado pela Interpol.
Os destinos das mulheres eram Mérida e a turística Cancún, onde o tráfico de drogas e a exploração sexual têm se intensificado nos últimos anos.
Em janeiro, Bogotá denunciou o desaparecimento de oito colombianas no México. Horas depois, as autoridades mexicanas as encontraram vivas. Relatos da imprensa indicaram que as mulheres haviam sido obrigadas a participar de uma festa com vários homens.
Em 2023, 264 denúncias de tráfico de pessoas foram registradas na Colômbia, de acordo com o Ministério do Interior.