Migração

Chile confirma voo de repatriação de venezuelanos bloqueados na fronteira com o Peru

Voo será enviado pelo governo venezuelano e pousará na cidade de Arica, 2.000 km ao norte de Santiago

O Chile confirmou que um primeiro voo de repatriação partirá em 7 de maio para centenas de migrantes venezuelanos retidos na fronteira com o Peru que há semanas buscam retornar ao seu país de origem.O Chile confirmou que um primeiro voo de repatriação partirá em 7 de maio para centenas de migrantes venezuelanos retidos na fronteira com o Peru que há semanas buscam retornar ao seu país de origem. - Foto: Aldair Mejia/AFP

Na madrugada de domingo vai chegar ao Chile o primeiro voo de repatriação de centenas de migrantes venezuelanos bloqueados na fronteira com o Peru, que tentam há semanas voltar ao seu país após o endurecimento dos controles migratórios.

O voo será enviado pelo governo venezuelano e pousará na cidade de Arica, 2.000 km ao norte de Santiago. A aeronave vai recolher migrantes que aguardam do lado chileno na passagem fronteiriça de Chacalluta e outro grupo que está na cidade peruana de Tacna.

"Quero confirmar a chegada de um avião venezuelano ao aeroporto de Arica para recolher um grupo bastante importante de migrantes que estão justamente bloqueados na fronteira", disse a jornalistas, em Santiago, o chanceler chileno Alberto van Klaveren, nesta quinta-feira (4).

A operação será realizada por uma companhia aérea privada e não pela empresa pública venezuelana Conviasa e faz parte do programa "Retorno à Pátria", impulsionado pelo governo da Venezuela.

"É um primeiro voo, esperamos que em breve possa haver mais, mas é algo que teremos que conversar com nossa contraparte venezuelana", acrescentou o chanceler chileno, ressaltando, ainda, "a boa disposição do governo venezuelano para buscar soluções para o problema dos migrantes que estão na fronteira norte".

Avanço importante

Há mais de duas semanas, centenas de migrantes, principalmente venezuelanos, mas também haitianos e colombianos, permanecem na fronteira norte após deixarem o Chile depois do endurecimento dos controles migratórios no país.

O Peru impede sua passagem, alegando falta de documentação. O país decretou também estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.

O Chile já havia militarizado sua fronteira norte na tentativa de controlar a entrada irregular de migrantes. Adicionalmente, o Congresso aprovou leis que endurecem o controle migratório, como uma que ordena a detenção de qualquer migrante que não tenha documentação e outra que estende o prazo da detenção para poder gerenciar a expulsão.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), diariamente concentram-se, em média, entre 150 e 200 migrantes nas fronteiras entre Chile e Peru.

Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram passagens irregulares para a cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.

"Acredito que é um avanço importante que permite enfrentar adequadamente este problema humanitário", afirmou o diplomata chileno.

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