catástrofe climática

Chile em emergência por chuvas que já deixaram um morto e milhares de desabrigados

A emergência afeta 14 dos 20 milhões de chilenos que vivem em cinco das 16 regiões do país

Uma pessoa às margens do rio Curanilahue, região de Biobio, Chile, em 13 de junho de 2024, após fortes chuvasUma pessoa às margens do rio Curanilahue, região de Biobio, Chile, em 13 de junho de 2024, após fortes chuvas - Foto: Guillermo Salgado/AFP

A maior parte do Chile, incluindo Santiago, enfrenta nesta quinta-feira (13) fortes chuvas e ventos, que deixaram um morto e mais de 4.000 desabrigados, segundo autoridades. O "estado de catástrofe" foi ativado para lidar com a emergência.

A Direção Meteorológica do Chile emitiu um alerta climático incomum: o nível máximo de advertência à população devido às intensas precipitações e ventos das últimas 48 horas.

A emergência afeta 14 dos 20 milhões de chilenos que vivem em cinco das 16 regiões do país: Coquimbo (norte), Valparaíso e Metropolitana (centro), e O'Higgins, Ñuble e Biobío (sul).
 

"Precisamos de barcos para resgatar as pessoas", clamou um dos afetados em Curanilahue (Biobío) à Televisión Nacional de Chile.

Na capital Santiago, esse nível de alerta não era ativado há duas décadas. Há 15 anos, a zona central do Chile sofre com uma intensa seca.

"Essas chuvas vão continuar muito fortes (...) lamentamos a primeira morte", disse o presidente Gabriel Boric, em uma mensagem da Suécia, onde cumpre uma visita oficial.

De acordo com o último relatório do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred), as chuvas já deixaram 4.304 pessoas desabrigadas, a maioria no sul.

A localidade de Curanilahue, a 600 km ao sul de Santiago, é uma das mais afetadas pelo transbordamento dos rios Curanilahue e Las Ranas.

Nas últimas horas, cerca de 350 mm de água caíram na região, um número que supera toda a precipitação da região no ano passado.

A ministra do Interior, Carolina Tohá, foi até Curanilahue avaliar os danos. Antes de embarcar no avião, ela informou que o “estado de catástrofe" foi decretado nas cinco regiões do país para acelerar a mobilização de recursos.

Rio atmosférico 
Em Santiago, espera-se que em poucas horas caiam cerca de 80 mm de água, a mesma quantidade prevista para todo um mês de junho em um ano normal.

As chuvas começaram de madrugada na região Metropolitana, onde já haviam caído cerca de 30 mm.

O sistema frontal está acompanhado de um "rio atmosférico" classificado entre 4-5 em uma escala de máximo cinco, devido à quantidade de vapor de água disponível, o que aumenta consideravelmente a quantidade de precipitação esperada, de acordo com a Direção Meteorológica.

No contexto da emergência, as autoridades suspenderam as aulas na capital chilena e nas demais regiões afetadas, e pediram à população que limite seus deslocamentos.

Na cidade de Viña del Mar, a 110 km a leste de Santiago, há alerta de possível colapso de um prédio de 12 andares e 200 apartamentos no setor de Reñaca.

As chuvas do fim de semana provocaram uma cratera com 15 metros de extensão e 30 metros de profundidade sob o edifício.

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