Chile exclui companhias israelenses de feira internacional de aviação
O governo de esquerda de Gabriel Boric tem sido crítico da ofensiva militar lançada por Israel na Faixa de Gaza
O governo do Chile anunciou nesta terça-feira (5) que decidiu excluir companhias israelenses da principal feira aeroespacial e de defesa da América Latina, que acontece em Santiago em abril.
"Por decisão do Governo do Chile, a versão 2024 da Feira Internacional do Ar e do Espaço (Fidae), que será realizada entre 9 e 14 de abril, não contará com a participação de empresas israelenses", diz um comunicado do Ministério da Defesa. A breve mensagem não menciona as razões dessa medida.
O governo de esquerda de Gabriel Boric tem sido crítico da ofensiva militar lançada por Israel na Faixa de Gaza após o ataque de 7 de outubro do grupo islamista Hamas em território israelense.
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O embaixador de Israel no Chile, Gil Artzyeli, disse à AFP que o governo não fez contato com ele para notificá-lo e que só soube dessa informação através do comunicado do ministério.
"É difícil dizer que estamos surpresos levando em conta a doutrina do governo com Israel", afirmou Artzyeli.
Em 7 de outubro de 2023, comandos do Hamas invadiram o sul de Israel, mataram cerca de 1.160 pessoas e sequestraram outras 250, das quais Israel estima que 130 seguem em cativeiro.
A ofensiva de Israel contra o Hamas em Gaza já matou até agora 30.631 pessoas, a maioria civis, segundo números do grupo palestino.
Ao final de outubro, o Chile chamou para consultas seu embaixador em Israel em protesto pela operação militar e o diplomata ainda não retornou para suas funções.
Além disso, o Chile, juntamente com o México, apresentou, em janeiro, perante o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), um pedido para que se investiguem prováveis crimes de guerra no contexto do conflito entre Israel e Hamas.