China acusa EUA de enviar balões a seu espaço aéreo
Objetos voadores não identificados foram abatidos nos EUA, no Canadá e na China
A China afirmou nesta segunda-feira (13) que vários balões dos Estados Unidos entraram em seu espaço aéreo desde janeiro de 2022, em resposta às acusações de Washington de que Pequim enviou este tipo de dispositivos para espionar o território americano.
A relação entre Estados Unidos e China se tornou ainda mais tensa depois que Washington derrubou, em 4 de fevereiro, um suposto aparelho de espionagem chinês, que segundo Pequim era um dispositivo civil.
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Desde então, outros artefatos do mesmo tipo foram derrubados quando sobrevoavam os Estados Unidos e o Canadá - o governo da China admitiu apenas que o primeiro objeto era procedente do país.
Durante o fim de semana, a imprensa estatal chinesa informou que um objeto voador não identificado foi observado na costa leste do país e que o exército se preparava para derrubar o dispositivo.
Pequim se negou a comentar a informação e limitou a pedir que os jornalistas procurassem o ministério da Defesa, que não respondeu aos pedidos de comentários da AFP. Mas o governo acusou Washington de enviar mais de 10 balões a seu espaço aéreo desde janeiro de 2022.
"Não é raro que os Estados Unidos entrem ilegalmente no espaço aéreo de outros países", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.
"Apenas no último ano, balões americanos sobrevoaram a China mais de 10 vezes sem qualquer autorização", acrescentou.
Questionado sobre como a China respondeu às supostas incursões, Wang respondeu que a "gestão (dos incidentes) por parte de Pequim foi responsável e profissional".
"Se querem saber mais sobre balões de grande altitude americanos que entram ilegalmente no espaço aéreo da China, eu sugiro que procurem a parte americana", acrescentou.
A AFP entrou em contato com o Departamento de Estado e o Pentágono para pedir comentários sobre as acusações de Pequim, mas não recebeu respostas até o momento.
"Precaução"
O governo dos Estados Unidos reforçou a vigilância do espaço aéreo, ao mesmo tempo que aumenta o número de incursões aéreas, das quais a China nega ter conhecimento.
O Pentágono afirmou no domingo que ainda não tem detalhes sobre os outros três objetos que foram derrubados: um na sexta-feira sobre o Alasca, outro no sábado sobre o território canadense de Yukon e o mais recente no domingo sobre o lago Huron.
As autoridades informaram que o objeto abatido no domingo havia sido rastreado durante quase um dia e não se parecia com o suposto balão de vigilância chinês que foi destruído na costa do Atlântico em 4 de fevereiro, depois de atravessar o país.
O presidente Joe Biden ordenou que um caça F-16 derrubasse o dispositivo por "precaução", informou uma fonte do governo.
O objeto foi descrito como uma estrutura octogonal com cordas penduradas. O dispositivo permaneceu à deriva quase 6 mil metros sobre Michigan e poderia representar um perigo para a aviação civil, segundo a fonte.
O general Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos Estados Unidos, disse que depois de enviar aviões para inspecionar o objeto mais recente, as Forças Armadas concluíram que não havia indícios de qualquer ameaça, assim como nos objetos anteriores.
"O que estamos vendo são objetos muito, muito pequenos que produzem uma seção transversal de radar muito, muito baixa", disse.
Sem descrever a forma ou o tamanho dos objetos, ele disse que eles se deslocavam muito lentamente, na velocidade do vento.
As especulações sobre sua natureza dos objetos dispararam nos últimos dias. "Vou deixar que a comunidade de inteligência e a comunidade de contrainteligência averiguem", disse VanHerck.