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China aumenta arsenal nuclear em meio a tensão global, aponta estudo

Stockholm International Peace Research Institute informou que estoque de ogivas nucleares utilizáveis estão começando a subir

O presidente da China, Xi JinpingO presidente da China, Xi Jinping - Foto: Thomas Peter/AFP

Os arsenais nucleares de sete países, especialmente da China, cresceram no ano passado, e outras potências atômicas continuaram a modernizar seus equipamentos, em meio a uma maior tensão geopolítica, de acordo com um estudo divulgado na segunda-feira (12).

— Estamos nos aproximando, e talvez já tenhamos chegado, ao fim de um longo período de declínio das armas nucleares no mundo — disse Dan Smith, diretor do Stockholm International Peace Research Institute (Sipri), em entrevista à AFP.

O número total de ogivas nucleares entre as nove potências atômicas (Reino Unido, China, França, Índia, Israel, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia e Estados Unidos) caiu para 12.512 no início de 2023, contra 12.710 no início de 2022 , de acordo com o Sipri. Porém, 9.576 das ogivas estavam em "arsenais militares para uso eventual", 86 a mais que no ano anterior.

O Sipri diferencia as ogivas entre os estoques disponíveis para uso pelos países e o estoque total, que inclui os aparelhos antigos que serão desmantelados.

— O estoque é de ogivas nucleares utilizáveis, e esses números estão começando a subir — disse Smith, observando que os números ainda estão longe dos mais de 70 mil que eram na década de 1980.

A maior parte do aumento vem da China, cujo arsenal passou de 350 para 410 ogivas. Índia, Paquistão e Coreia do Norte também aumentaram seus estoques, e a Rússia em menor escala, enquanto as demais potências nucleares mantiveram o tamanho de seus arsenais.
 

A Rússia e os Estados Unidos possuem juntos quase 90% de todas as armas nucleares.

— Tivemos mais de 30 anos de declínio no número de ogivas nucleares e agora vemos esse processo chegando ao fim — disse Smith.

Os pesquisadores do Sipri também observaram que o controle diplomático de armas e os esforços de desarmamento sofreram reveses após a invasão russa da Ucrânia. Por exemplo, os Estados Unidos suspenderam seu "diálogo bilateral de estabilidade estratégica" com a Rússia após a invasão.

Moscou anunciou em fevereiro a suspensão de sua participação no Tratado sobre Medidas para Redução e Maior Limitação de Armas Ofensivas Estratégicas (Novo START).

O Sipri disse em um comunicado que este era "o último tratado remanescente de controle de armas nucleares que limita as forças nucleares estratégicas da Rússia e dos Estados Unidos".

A China também investiu pesadamente em todos os ramos de suas forças armadas à medida que sua economia e influência cresciam.

— O que estamos vendo é a China crescendo como uma potência mundial, essa é a realidade do nosso tempo — disse Smith.

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