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China censura críticas da OMS sobre política "covid zero"

Apesar da censura a imprensa chinesa não comentou o assunto

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMSTedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS - Foto: Fabrice Coffrini/AFP

A China censurou nesta quarta-feira (11) as críticas do diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) à política de "covid zero" aplicada pelo governo comunista.

O país asiático enfrenta um surto epidêmico e impõe confinamentos e quarentenas quando detecta poucos casos.

As medidas, somadas a um quase fechamento das fronteiras e conexões aéreas internacionais reduzidas, estão aumentando a irritação na China.

Este é o caso de Xangai, cidade de 25 milhões de habitantes, onde o confinamento desde o início de abril foi marcado por problemas de fornecimento de alimentos. Os moradores também temem ser enviados à força para centros de isolamento.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na terça-feira que a política "covid zero" é "insustentável", o que representa críticas incomuns a China. 

"Passar a outra estratégia será muito importante", acrescentou.

Esta medida é defendida com veemência pelos principais líderes comunistas, incluindo o presidente Xi Jinping.

Os censores atuaram de maneira rápida para frear a propagação das afirmações do diretor da OMS.

Na plataforma Weibo, as hashtags #Tedros e #OMS não apresentavam resultados nesta quarta-feira (11).

Na rede social WeChat não era possível republicar ou transferir um artigo da conta oficial da ONU, publicado nesta plataforma e que menciona as críticas o diretor da OMS.

No entanto, era possível discutir o assunto online com um de seus contatos ou postar capturas de tela dos artigos em seu feed do WeChat

Por sua vez, a imprensa chinesa não comentou o assunto. 

Hu Xijin, ex-diretor de redação do tabloide nacionalista Global Times, considerou as críticas da OMS "sem importância".

"Se dizem que o método chinês não é sustentável, teriam que apresentar um que seja mais eficaz e sustentável. Mas não apresentam nenhum", afirmou em sua conta no Weibo, que tem 24 milhões de seguidores.

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