China diz que a reação do Reino Unido e dos EUA ao julgamento de Jimmy Lai foi "manobra política"
Magnata pró-democracia, de 76, que está preso há três anos, é acusado de crimes contra a segurança nacional
A China criticou na segunda-feira o Reino Unido e os Estados Unidos depois que os dois países exigiram a libertação do magnata pró-democracia Jimmy Lai, cujo julgamento por acusações de segurança nacional começou em Hong Kong.
"As observações dos Estados Unidos e do Reino Unido sobre o caso... constituem uma violação grave do espírito do Estado de direito, e... constituem manobras políticas flagrantes e são um completo (exemplo de) duplo padrão", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa.
Lai, de 76, que já está preso há três anos, é acusado de "conluio com forças estrangeiras" no âmbito da lei de segurança nacional imposta pela China a Hong Kong em 2020, após os protestos pró-democracia de 2019.
O caso de Jimmy Lai, que gerou indignação e críticas por parte de países da comunidade internacional, especialmente do Reino Unido, de que é cidadão, deverá permitir avaliar o nível das liberdades civis em Hong Kong. Lai é o primeiro a enfrentar a acusação de "conluio estrangeiro", pela qual pode ser condenado à prisão perpétua.
A acusação mais grave contra ele está ligada ao Apple Daily, um jornal de língua chinesa que ele fundou em 1995 e que se tornou o mais popular em Hong Kong. O jornal criticou Pequim e apoiou as enormes e por vezes violentas manifestações pró-democracia de 2019. Posteriormente, pediu sanções contra a China e as autoridades locais.
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O veículo foi obrigado a fechar em junho de 2021, depois que as autoridades usaram a lei de segurança para revistá-lo duas vezes e congelar seus bens, avaliados em 18 milhões de dólares de Hong Kong (US$ 2,3 milhões ou R$ 11,3 milhões na cotação atual).
As autoridades acusaram Lai e seis executivos do Apple Daily de "conspiração para conluio com forças estrangeiras". Todos os réus, exceto o magnata, declararam-se culpados e concordaram em ser testemunhas de acusação. Na segunda, o tribunal ouvirá várias acusações adicionais contra Lai, incluindo "publicação sediciosa".