China e EUA retomam negociações para interromper produção de fentanil
Opioide sintético, várias vezes mais poderoso que a heroína, causou uma epidemia de dependência nos Estados Unidos, com 100 mil mortes anuais devido a overdose
Representantes da China e dos Estados Unidos retomarão nesta terça-feira, em Pequim, as negociações paralisadas para restringir a produção de ingredientes usados no medicamento fentanil. Washington espera que a China coopere no ataque às empresas que fabricam precursores químicos do fentanil e no corte do financiamento para a sua comercialização.
O opioide sintético, várias vezes mais poderoso que a heroína, causou uma epidemia de dependência nos Estados Unidos, com 100 mil mortes anuais devido à overdose, tornando-se a principal causa de morte entre pessoas com idades entre os 18 e os 49 anos, segundo as autoridades norte-americanas.
Autoridades norte-americanas de alto nível dos departamentos de Estado, Tesouro, Interior e Justiça participarão da reunião desta terça-feira, disse Washington. Os Estados Unidos afirmaram que irão “fornecer uma plataforma para facilitar a coordenação destinada a atacar a produção, o financiamento e a distribuição ilegais de drogas ilícitas”.
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A China não anunciou quem do seu governo participará da reunião. O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu em novembro, durante uma reunião com o seu homólogo Joe Biden, pôr fim a este comércio.
“Durante anos, a cooperação bilateral antinarcóticos entre os Estados Unidos e a República Popular da China foi suspensa, impedindo o progresso”, disse um alto funcionário dos EUA na semana passada. “Mas isso mudou na reunião de 15 de novembro” entre Xi e Biden, acrescentou o responsável, que falou aos jornalistas sob condição de anonimato.
Desde o encontro, a China fechou uma empresa, bloqueou alguns pagamentos internacionais e retomou o compartilhamento de informações sobre transporte marítimo e tráfego, acrescentou o responsável.