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Diplomacia

China e EUA têm primeira aproximação após guerra comercial

Autoridades comerciais chinesas e americanas tiveram a primeira conversa desde que Joe Biden se tornou presidente

Bandeira da ChinaBandeira da China - Foto: Image Source/Folhapress

Autoridades comerciais chinesas e americanas tiveram a primeira conversa telefônica desde que Joe Biden se tornou presidente dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira (27) o ministério do Comércio da China.

As relações entre Pequim e Washington se deterioraram durante a presidência de Donald Trump, marcada por um conflito comercial entre as duas grandes potências mundiais.

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, conversou com Katherine Tai, Representante do Comércio dos Estados Unidos (USTR), em uma "troca construtiva" e em uma "atitude de igualdade e respeito mútuo", de acordo com um comunicado divulgado pelo ministério.

 

"A embaixadora Tai falou sobre os princípios que orientam a administração Biden-Harris, com foco nas políticas comerciais (...) ao mesmo tempo que mencionou as questões que preocupam", afirma, em um comunicado curto, o escritório da representante americana do Comércio. 

Washington confirmou uma "reunião virtual" e uma conversa "sincera e pragmática".

Este foi o primeiro contato entre Tai, designada para o posto em março, e Liu He, principal conselheiro econômico do presidente Xi Jinping e negociador chefe na guerra comercial.

Os dois países assinaram um acordo em janeiro de 2020, com o objetivo de encerrar dois anos de guerra comercial, que continha dispositivos sobre a proteção da propriedade intelectual e as condições de transferência de tecnologia, grandes exigências dos Estados Unidos.

O acordo prevê ainda que as duas partes devem ter encontros de etapa a cada seis meses.

Mas o novo governo Biden anunciou em abril que faria um balanço das promessas cumpridas pela China no âmbito do acordo.

A "capacidade" da China de cumprir seus compromissos com os Estados Unidos é uma "prioridade", disse Katherine Tai.

Com o acordo comercial, a China se comprometeu a aumentar em pelo menos 200 bilhões de dólares em 2020 e 2021 as compras de produtos e serviços americanos para tentar reduzir o desequilíbrio da balança comercial, muito favorável ao gigante asiático.

Mas no fim do primeiro trimestre de 2021, Pequim havia cumprido apenas entre 61% e 75% das compras previstas, de acordo com um estudo de Chad Brown, pesquisador do Peterson Institute for International Economics (PIIE), que utilizou dados do comércio internacional publicados pelos dois países.

O acordo comercial denominado "fase 1" manteve as tarifas dos Estados Unidos de 25% sobre uma gama de produtos chineses e componentes industriais que representavam 250 bilhões de dólares, assim como as medidas de retaliação chinesas de mais de 100 bilhões de dólares sobre as importações procedentes dos Estados Unidos.

O governo dos Estados Unidos afirmou em março que não está disposto a retirar as tarifas, mas se declarou disposto a negociar com a China.

As tarifas foram adotadas para "remediar uma situação comercial desequilibrada e injusta", declarou Katherine Tai, antes de acrescentar que a suspensão das taxas poderia ter consequências negativas na economia americana.

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