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Pandemia

China informa 1ª morte por covid-19 em oito meses; equipe da OMS está em Wuhan

Nos últimos dias, vários surtos reapareceram no país, embora ainda esteja muito longe dos números registrados em outras partes do mundo

Membros da Organização Mundial de Saúde chegando em WuhanMembros da Organização Mundial de Saúde chegando em Wuhan - Foto: NICOLAS ASFOURI / AFP

A China anunciou nesta quinta-feira (14) a primeira morte por covid-19 em oito meses, pouco antes da chegada da equipe de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) encarregada de estudar a origem do coronavírus.
 
Formada por dez cientistas de diferentes nacionalidades, a equipe da OMS chegou nesta quinta a Wuhan (centro), em um voo de Singapura.
 
A China, onde a covid-19 foi detectada pela primeira vez há um ano em Wuhan, conseguiu erradicar a pandemia em seu território, graças a fortes medidas de controle de movimento, ao uso generalizado da máscara, a confinamentos e a aplicativos de rastreamento.
 
Nos últimos dias, porém, vários surtos reapareceram no país, embora ainda esteja muito longe dos números registrados em outras partes do mundo. 
 
Nesta quinta, Pequim anunciou o maior número de infecções desde março. A maioria dos novos casos se concentra em Hebei, uma grande província que circunda a capital, com 81 casos.
 
Segundo as autoridades sanitárias, a pessoa falecida foi justamente desta província. A última morte na China por covid-19, antes desta quinta-feira, datava de maio passado.
 
De acordo com o balanço oficial, 4.635 pessoas morreram no país por covid-19, que já causou quase dois milhões de mortes no mundo.
 
 
"Estado de urgência"

A notícia se espalhou nas redes sociais e ultrapassava 100 milhões de comentários no Weibo, o equivalente ao Twitter na China.
 
"É chocante, há muito tempo não via as palavras 'morto pelo vírus'" na China, comentou um internauta, desejando o fim da pandemia.
 
Essa nova morte na China ocorre após o surgimento de vários surtos que levaram as autoridades a agirem de forma decisiva.
 
Heilongjiang, uma província vizinha da Rússia, declarou "estado de emergência" na quarta-feira. Seus 37,5 milhões de habitantes não podem deixar a província, exceto em casos de urgência. Reuniões agendadas foram canceladas.
 
Uma das cidades da província, Suihua, de mais de cinco milhões de habitantes, foi colocada em quarentena na segunda-feira.
 
Os moradores devem permanecer em suas casas, e o transporte público foi suspenso.
 
O aumento dos casos preocupa o governo com a chegada do Ano Novo Chinês, que este ano cai em 12 de fevereiro. A data gera milhões de deslocamentos de trabalhadores migrantes que retornam para suas famílias.
 
É improvável, no entanto, que a China registre uma "disseminação em grande escala" do coronavírus, assegurou na quarta o vice-diretor do Centro Nacional para Controle e Prevenção de Doenças, Feng Zijian.
 
Nesse contexto, a equipe da OMS chegou a Wuhan para tentar descobrir a origem da covid-19. Ainda levará algum tempo para iniciar seu trabalho, pois seus especialistas terão de observar uma quarentena de duas semanas.
 
Esta visita é extremamente sensível para Pequim, preocupada com descartar qualquer responsabilidade pela pandemia que afundou a economia mundial.
 
Prevista inicialmente para a semana passada, a visita foi cancelada no último minuto por falta de todas as autorizações necessárias.
 
Em uma rara crítica à China, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou que seus pesquisadores não tenham podido visitar o país antes.


Esta missão vai durar entre cinco e seis semanas. Seu objetivo é explorar "todas as pistas", mas não procurará culpados, disse à AFP um de seus membros, Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch da Alemanha. 
 
"Trata-se de compreender o que aconteceu para reduzir os riscos futuros", insistiu Leendertz.
 
Mas "não esperem [...] que a equipe volte com resultados conclusivos" nesta primeira visita, alertou.

 

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