OMS

China não detectou patógenos ''incomuns ou novos'' ligados ao ressurgimento de doenças respiratórias

Organização pediu informações detalhadas sobre o aumento de doenças respiratórias e registros de surtos de pneumonia em crianças

Crianças são atendidas em hospital pediátrico em Pequim em meio a surto de doença respiratóriaCrianças são atendidas em hospital pediátrico em Pequim em meio a surto de doença respiratória - Foto: Jade Gao / AFP

A China não detectou nenhum patógeno “incomum ou novo” relacionado a um aumento nas doenças respiratórias no norte do país, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quinta-feira (23).

O norte da China detectou um aumento de “doenças semelhantes à gripe” desde meados de outubro em comparação com os dados dos três anos anteriores, informou a OMS na quarta-feira.

Após o anúncio, a agência de saúde da ONU solicitou informações adicionais ao país asiático “sobre um aumento de doenças respiratórias e surtos de pneumonia em crianças”, conforme refere um comunicado publicado na rede X.

As autoridades chinesas responderam “que não foram detectados quaisquer agentes patogénicos novos ou incomuns ou apresentações clínicas incomuns, incluindo em Pequim e Liaoning”, informou a OMS na quinta-feira.

Segundo as autoridades, este é o “mencionado aumento geral de doenças respiratórias devido a múltiplos patógenos conhecidos”, acrescentou.

A Comissão Nacional de Saúde declarou à imprensa na semana passada que a recuperação das doenças respiratórias se deveu ao levantamento das restrições anti-Covid e à circulação de outros agentes patogénicos conhecidos.

A capital chinesa, no norte do país, vive uma onda de frio, prevendo-se que as temperaturas desçam bem abaixo dos 0ºC na sexta-feira, segundo a comunicação social estatal.

As temperaturas caíram quando Pequim “entrou na estação de alta incidência de doenças respiratórias infecciosas”, disse Wang Quanyi, vice-diretor e especialista epidemiológico do centro de prevenção de doenças de Pequim, à mídia estatal.

Pequim “atualmente mostra uma tendência de coexistência de múltiplos patógenos”, disse ele.

'É inverno'
No Hospital Infantil do Instituto Capital de Pediatria de Pequim, os jornalistas da AFP viram vários pais com seus filhos na sala de espera. Uma mãe de sobrenome Zhang acompanhava seu filho de nove anos que, segundo ela, estava com pneumonia. “Muitas crianças ficaram doentes recentemente”, disse ele.

Concordando com ela estava Li Meiling, 42 anos, cuja filha de oito anos sofria de pneumonia por microplasma, um patógeno que causa dor de garganta, fadiga e febre.

Mas a mãe não ficou “particularmente preocupada” com o comunicado da OMS. “É inverno: é normal haver mais casos de doenças respiratórias”, afirmou.

Em 21 de novembro, a mídia e o sistema público de vigilância de doenças ProMED relataram surtos de pneumonia não diagnosticada em crianças no norte da China.

A OMS solicitou, portanto, “informações epidemiológicas e clínicas adicionais, bem como resultados laboratoriais dos surtos detectados em crianças”.

Solicitou também "informações complementares sobre as tendências recentes na circulação de patógenos conhecidos, especialmente influenza, SARS-CoV-2 (vírus responsável pela Covid-19), RSV que afeta bebês e Mycoplasma pneumoniae, bem como grau de congestão no sistema de saúde", acrescentou o comunicado.

Entretanto, a organização apelou à população para que tome medidas de proteção como vacinar-se, manter distância de pessoas doentes, usar máscaras ou lavar bem as mãos.

Durante a pandemia de Covid-19, cujos primeiros casos foram detectados na China no final de 2019, a OMS acusou Pequim de falta de transparência e cooperação.

A agência de saúde da ONU e diversos países também denunciaram esta falta de cooperação da China na investigação para determinar as origens da pandemia, que ainda não chegou a conclusões definitivas.

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