Comércio

China promete à OMC acelerar seu 'novo modelo de desenvolvimento'

O objetivo é incentivar um novo modelo de desenvolvimento, cujo principal elemento é a circulação interna

Sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em GenebraSede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra - Foto: Fabrice Coffrini / AFP / Getty Images

A China prometeu, nesta quarta-feira (20), à OMC acelerar seu "novo modelo de desenvolvimento", baseado na demanda doméstica, enquanto abre ainda mais seu vasto mercado internacionalmente. 

Pequim fez as promessas por ocasião da revisão das práticas comerciais da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), um exercício ao qual todos os membros da organização são submetidos em intervalos regulares, mas que é realizado a portas fechadas.

Em relatório publicado para esta ocasião, transmitido pela OMC, a China indica que pretende "acelerar os esforços feitos para incentivar um novo modelo de desenvolvimento, cujo principal elemento é a circulação interna". 

"O novo modelo de desenvolvimento não é um ciclo de desenvolvimento a portas fechadas. Ao explorar plenamente o potencial da demanda interna, servirá para melhorar a ligação dos mercados doméstico e internacional, permitindo uma melhor exploração dos mercados e recursos em nível nacional e internacional, e garantindo um desenvolvimento mais sustentado e mais durável", explica o documento. 

Pequim diz que quer "abrir plenamente as possibilidades oferecidas pelo imenso mercado e demanda interna da China, que tem 1,4 bilhão de habitantes", com o objetivo de "fazer do mercado chinês um mercado para o mundo, compartilhado por todos e acessível para todos".

A China afirma que deseja, em particular, "implementar uma política de importação mais dinâmica" e estabelecer "um novo ambiente propício à abertura, implantando (...) zonas francas experimentais e portos francos".

No relatório, a China também defende vigorosamente o multilateralismo e garante que "unirá forças com as de outros membros para enfrentar os desafios globais".

Diante do aquecimento global, o documento reafirma os compromissos chineses: neutralidade de carbono "até 2060" e pico de emissões "até 2030".

"Como um país em desenvolvimento, a China continuará a aprofundar a cooperação Sul-Sul e a contribuir para a erradicação da pobreza, alívio da dívida e crescimento econômico nos países em desenvolvimento", ressalta ainda o relatório.

E concluiu: "Há apenas uma Terra e um futuro comum para a Humanidade. A China está pronta para se unir a outros membros e avançar com eles, fazendo a chama do multilateralismo iluminar o caminho em direção a uma comunidade que compartilha a mesma visão para o futuro da Humanidade". 

A revisão anterior das políticas comerciais chinesas remonta a 2018. Os Estados Unidos de Donald Trump questionaram então a legitimidade da China em fazer parte da OMC, acusando-a, em particular, de não abrir suficientemente o seu mercado.

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