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Ásia

China recebe líderes da Ásia Central em cúpula para fortalecer aliança regional

Encontro é na mesma data da reunião do G7, no Japão

Presidente chinês, Xi Jinping, aplaude em cerimônia de abertura do encontroPresidente chinês, Xi Jinping, aplaude em cerimônia de abertura do encontro - Foto: Mark Cristino / pool / AFP

O presidente chinês, Xi Jinping, recebe os governantes de cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central em uma reunião de cúpula nesta quinta-feira (18), com o objetivo de reforçar a sua influência regional, um encontro que coincide com a reunião dos líderes do G7 no Japão.

Xi Jinping recebe os líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão na quinta-feira e sexta-feira na cidade de Xi'an, que foi o extremo leste da antiga Rota da Seda que ligava a China à Europa.

Esta é a primeira cúpula deste tipo desde que foram estabelecidas relações diplomáticas entre a China e estes países em 1992, após o colapso da União Soviética.

Para Pequim, a reunião com estas ex-repúblicas soviéticas "é de importância transcendental".

Os países, que foram inicialmente ligados ao Império Russo e depois à União Soviética, têm fortes laços econômicos, linguísticos e diplomáticos com Moscou.

Mas, com a guerra na Ucrânia, a influência russa perdeu força e o presidente chinês busca preencher o espaço deixado por Moscou para ampliar a projeção e influência internacional de seu país, de acordo com os analistas.

"Xi Jinping vai se apresentar como um líder capaz de promover o desenvolvimento e a paz no mundo", disse à AFP Zhiqun Zhu, professor de Relações Internacionais da Universidade Bucknell, nos Estados Unidos.

O encontro coincide com a reunião do G7 em Hiroshima. O grupo inclui os líderes das economias mais industrializadas do planeta (Canadá, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido). O presidente americano, Joe Biden, descreve Pequim como uma ameaça.

O Japão também convidou os governantes da Índia, Brasil e Indonésia, entre outros, em uma tentativa de aproximar o G7 dos países em desenvolvimento onde a China faz grandes investimentos.

"Forte apoio"
A cúpula no Japão provavelmente se concentrará na elaboração de uma estratégia para "combater a crescente influência da China no mundo", de acordo com Zhiqun Zhu.

Por outro lado, a "importância diplomática e estratégica" do encontro sem precedentes em Xi'an "não deve ser subestimada", acrescentou.

"A cúpula entre China e a Ásia Central mostra que a renovação da China não pode ser impedida e tem forte apoio na Ásia Central e em outros países em desenvolvimento", explicou.

A China afirma que seu comércio com o Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão atingiu 70 bilhões de dólares (365,1 bilhões de reais na cotação da época) no ano passado e aumentou 22% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre de 2023.

As ex-repúblicas soviéticas ocupam um lugar central no projeto chinês chamado Novas Rotas da Seda, também conhecido como 'O Cinturão' e 'A Rota'.

O plano, apresentado em 2013 por Xi, é um projeto faraônico que pretende construir estradas, portos, linhas ferroviárias e infraestruturas no exterior com capital chinês.

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